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UFBa decide reservar 45% das suas vagas
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Depois de um ano de estudos, a
UFBa (Universidade Federal da
Bahia) estabeleceu uma cota de
43% de todas as vagas oferecidas
pela instituição para estudantes
egressos da rede pública e para
negros, além de 2% para índios ou
descendentes, desde que tenham
estudado em uma escola pública.
Segundo o pró-reitor de graduação da universidade, Maerbal
Marinho, a idéia é implantar as
cotas no próximo vestibular.
O projeto passou por cinco etapas e depende agora da aprovação
de um conselho formado pelo reitor, pelo vice-reitor, por quatro
pró-reitores, por um representante de cada unidade de ensino e por
representantes dos estudantes e
dos funcionários. "O projeto deve
ser aprovado por unanimidade."
Pela proposta, encaminhada
ontem ao conselho, negros e alunos de escolas públicas deverão
ter cursado todo o ensino médio e
pelo menos uma série do fundamental em escola pública. "Do total da cota, 85% (36,55%) serão
exclusivamente para negros e
pardos", disse Jocélio Teles dos
Santos, diretor do Ceao (Centro
de Estudos Afro-Orientais), da
UFBa. Em 2003, os 55 cursos da
UFBa ofereceram 3.917 vagas.
"Se as vagas não forem preenchidas, a UFBa vai aceitar negros e
pardos dentro da cota, qualquer
que seja a procedência", disse
Santos, que integrou a comissão
que preparou o projeto. Os outros
15% da cota (6,45%) deverão ser
preenchidos por brancos que tenham cursado todo o ensino médio e pelo menos uma série do
fundamental em escola pública.
Segundo Maerbal Marinho,
51% dos 19 mil alunos de graduação da UFBa são afrodescendentes. Mesmo com as cotas, o processo de ingresso na UFBa será o
mesmo. A única mudança é que
negros, pardos e índios que atingirem a média terão prioridade
para fazer a matrícula.
Na Bahia, somente a Uneb
(Universidade do Estado da Bahia) reserva, desde 2003, 40% das
vagas para afrodescendentes.
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