São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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Outro lado

Alstom nega envolvimento em corrupção

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

A Alstom nega ter envolvimento nas práticas de corrupção e pagamento de propina. Procurada pela Folha, a empresa afirmou que não comentaria "pontos específicos" das acusações. Em comunicado oficial, a companhia diz que as informações publicadas são baseadas em "hipóteses e especulações e que mencionam pessoas que nunca fizeram parte da empresa ou que deixaram o grupo em 2001".
As investigações sobre as atividades da Alstom foram conduzidas pela Divisão Nacional de Investigações Financeiras, órgão ligado ao Ministério do Interior da França, que ontem não respondeu às ligações da Folha.
Em Paris, os juízes Renaud van Ruymbeke e Xavière Simeoni são os responsáveis pelo caso, mas, até o momento, a Alstom não foi acusada.
A Alstom diz que não foi investigada por corrupção, e que nas audiências citadas seus funcionários participaram como testemunhas.
A maioria dos atos investigados ocorreram antes de 2000. A lei francesa não considerava como crime o ato de pagar propinas para obter contratos no exterior. A lei mudou em 2000, quando o ato passou a ser punido com até dez anos de prisão.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirma não haver constrangimento devido à investigação. "Eu não tenho conhecimento. Mas se tiver que investigar, que se investigue. Eu assumi o governo em 2001, mas, se o contrato foi assinado no período do governador [Mário] Covas, tenho certeza de que ele teria o mesmo pensamento: apure-se."
A Folha procurou ontem quatro ex-presidentes do Metrô durante as décadas de 1990 e 2000. Miguel Kozma, ex-presidente (2002-2003) e secretário-adjunto de Transportes Metropolitanos entre 1995-2002, disse não se lembrar de nenhum grande contrato com a Alstom.
O antecessor de Kozma, o físico Caetano Jannini Neto, também foi procurado. Há um telefone em nome dele em Campinas (SP), que não era atendido ontem à tarde.
Também foi procurado Antonio Sergio Fernandes, presidente do Metrô na década de 1990, mas ele não foi localizado ontem. O mesmo ocorreu com Paulo Goldschimidt.


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