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Hospitais de SP suspendem exames
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos um hospital e três
clínicas de São Paulo suspenderam nesta semana a realização de
exames radiológicos que usam
drogas à base de sulfato de bário,
como o raio-X do estômago.
A medida coincide com a orientação dada pelo Colégio Brasileiro
de Radiologia (CBR) no dia 2 de
junho, recomendando a suspensão devido às 21 mortes associadas ao uso do Celobar, contraste
radiológico para exames do aparelho digestivo, feito à base de sulfato de bário.
O comunicado é uma medida
de precaução, já que, segundo a
Anvisa, apenas o uso do Celobar
está suspenso. O sulfato de bário
não é absorvido pelo organismo
nem causa intoxicação. Laudo da
Fundação Oswaldo Cruz aponta
que foi encontrada grande quantidade de carbonato e sulfeto de
bário, que são altamente tóxicos.
Ainda assim, a empresa Diagnósticos da América, que reúne os
laboratórios Delboni Auriemo e
Lavoisier, em São Paulo, e Bronstein, no Rio, suspendeu todos os
exames desse tipo na segunda-feira passada. O Hospital São Paulo e
o laboratório Fleury aderiram à
medida durante esta semana.
Os pacientes são orientados a
esperar uma definição da Anvisa
ou, em casos de emergência, a
substituir esses exames por endoscopia ou colonoscopia.
O hospital 9 de Julho e o Albert
Einstein estão realizando os exames. Ambos afirmaram que estão
usando contrastes importados.
"Como não há nenhuma referência a esse tipo de reação fora do
Brasil, julgamos seguro utilizar os
produtos", diz Marcelo Funari,
coordenador do Departamento
de Imagem do Albert Einstein.
Segundo Luiz Karpavas, diretor
do CBR, a entidade deveria autorizar na próxima segunda-feira a
retomada dos exames, já que a
Anvisa só havia encontrado problemas no Celobar. Mas, diante
da suspeita levantada ontem de
um novo caso de contaminação
causado pelo Bariogel, o CBR se
reunirá para decidir o que fazer.
Karpavas é responsável pelo setor de radiologia do Hospital das
Clínicas. Lá, todos os exames foram suspensos na segunda, mas
retomados na quarta, com contrastes importados que, segundo
ele, não apresentam riscos.
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