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Medida coincide com orientação da Colégio Brasileiro de Radiologia; algumas unidades adotaram medicamentos importados
Laboratórios de SP suspendem exames
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos um hospital e três
laboratórios de São Paulo suspenderam nesta semana a realização
de exames radiológicos que usam
drogas à base de sulfato de bário,
como o raio-X do estômago.
A medida coincide com orientação dada pelo Colégio Brasileiro
de Radiologia (CBR) no dia 2 de
junho, que recomenda a suspensão devido às 21 mortes associadas ao uso do Celobar, contraste
radiológico para exames do aparelho digestivo, feito à base de sulfato de bário. Em São Paulo, ainda
de acordo com a Anvisa, há a suspeita de uma morte relacionada
ao uso de Celobar.
O comunicado é uma medida
de precaução, já que, segundo a
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), apenas o uso
do Celobar está suspenso. O sulfato de bário não é absorvido pelo
organismo nem causa intoxicação. Laudo da Fundação Oswaldo
Cruz aponta que foi encontrada
grande quantidade de carbonato
e sulfeto de bário, que são altamente tóxicos.
Ainda assim, a empresa Diagnósticos da América, que reúne os
laboratórios Delboni Auriemo e
Lavoisier, em São Paulo, e Bronstein, no Rio, suspendeu todos os
exames desse tipo na segunda-feira passada. O Hospital São Paulo e
o laboratório Fleury aderiram à
medida durante esta semana.
"Queremos evitar riscos desnecessários aos nossos clientes",
afirma José Marcelo Amatuzzi de
Oliveira, 36, médico responsável
pelo setor de radiologia do laboratório Fleury.
Os pacientes são orientados a
esperar uma definição da Anvisa
ou, em casos de emergência, a
substituir esses exames por endoscopia ou colonoscopia.
O hospital 9 de Julho e o Albert
Einstein estão realizando os exames. Ambos afirmaram que estão
usando contrastes importados.
"Como não há nenhuma referência a esse tipo de reação fora do
Brasil, julgamos seguro utilizar os
produtos", diz Marcelo Funari,
coordenador do Departamento
de Imagem do Albert Einstein.
De acordo com Luiz Karpavas,
diretor do CBR, a entidade deveria autorizar na próxima segunda-feira a retomada dos exames,
já que a Anvisa só havia encontrado problemas no Celobar. Mas,
diante da suspeita levantada ontem de novos casos de contaminação causados por outros produtos, o CBR se reunirá para decidir o que fazer.
Karpavas é responsável pelo setor de radiologia do Hospital das
Clínicas. Lá, todos os exames foram suspensos na segunda, mas
retomados na quarta, com contrastes importados que, segundo
ele, não apresentam riscos.
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