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São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

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Medida coincide com orientação da Colégio Brasileiro de Radiologia; algumas unidades adotaram medicamentos importados

Laboratórios de SP suspendem exames

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos um hospital e três laboratórios de São Paulo suspenderam nesta semana a realização de exames radiológicos que usam drogas à base de sulfato de bário, como o raio-X do estômago.
A medida coincide com orientação dada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) no dia 2 de junho, que recomenda a suspensão devido às 21 mortes associadas ao uso do Celobar, contraste radiológico para exames do aparelho digestivo, feito à base de sulfato de bário. Em São Paulo, ainda de acordo com a Anvisa, há a suspeita de uma morte relacionada ao uso de Celobar.
O comunicado é uma medida de precaução, já que, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), apenas o uso do Celobar está suspenso. O sulfato de bário não é absorvido pelo organismo nem causa intoxicação. Laudo da Fundação Oswaldo Cruz aponta que foi encontrada grande quantidade de carbonato e sulfeto de bário, que são altamente tóxicos.
Ainda assim, a empresa Diagnósticos da América, que reúne os laboratórios Delboni Auriemo e Lavoisier, em São Paulo, e Bronstein, no Rio, suspendeu todos os exames desse tipo na segunda-feira passada. O Hospital São Paulo e o laboratório Fleury aderiram à medida durante esta semana.
"Queremos evitar riscos desnecessários aos nossos clientes", afirma José Marcelo Amatuzzi de Oliveira, 36, médico responsável pelo setor de radiologia do laboratório Fleury.
Os pacientes são orientados a esperar uma definição da Anvisa ou, em casos de emergência, a substituir esses exames por endoscopia ou colonoscopia.
O hospital 9 de Julho e o Albert Einstein estão realizando os exames. Ambos afirmaram que estão usando contrastes importados. "Como não há nenhuma referência a esse tipo de reação fora do Brasil, julgamos seguro utilizar os produtos", diz Marcelo Funari, coordenador do Departamento de Imagem do Albert Einstein.
De acordo com Luiz Karpavas, diretor do CBR, a entidade deveria autorizar na próxima segunda-feira a retomada dos exames, já que a Anvisa só havia encontrado problemas no Celobar. Mas, diante da suspeita levantada ontem de novos casos de contaminação causados por outros produtos, o CBR se reunirá para decidir o que fazer.
Karpavas é responsável pelo setor de radiologia do Hospital das Clínicas. Lá, todos os exames foram suspensos na segunda, mas retomados na quarta, com contrastes importados que, segundo ele, não apresentam riscos.


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