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Saiba quem foi Herbert Marcuse
da Reportagem Local
O filósofo alemão Herbert Marcuse foi um dos principais representantes da Escola de Frankfurt.
Marcuse nasceu em Berlim, em
1898. Estudou filosofia em Friburgo, recebendo forte influência de
Edmund Husserl e sobretudo de
Martin Heidegger.
Ao contrário de Heidegger, porém, Marcuse sempre foi de esquerda. Na juventude, filiou-se ao
Partido Social Democrata Alemão
(SPD), mas o abandonou no final
dos anos 20, por sua incapacidade
de promover uma transformação
radical na sociedade.
Em 1932, aconselhado por Husserl, integrou-se ao Instituto de
Pesquisas Sociais, de Frankfurt,
comandado por Max Horkheimer
e Theodor Adorno. Com a ascensão do nazismo, foi enviado à filial
de Nova York.
Rompe explicitamente com Heidegger (que havia bloqueado sua
carreira universitária) e começa a
elaborar sua própria teoria, fortemente influenciada pelos pensadores marxistas (notadamente
Georg Lukács e Karl Korsch) e pela psicanálise de Sigmund Freud.
De Freud, Marcuse absorve a tese de que a sociedade se fundamenta na repressão dos instintos
individuais -em particular pela
substituição do princípio do prazer pelo princípio da realidade.
Para sobreviver, o homem troca a
satisfação imediata de suas necessidades por uma satisfação postergada: o jogo cede lugar ao trabalho, a liberdade cede lugar à segurança. A repressão é o princípio
que instaura a civilização.
Mas, enquanto para Freud essa
repressão era inerente a toda civilização, para Marcuse a repressão
é historicamente determinada. Na
sua opinião, o progresso técnico
sob o capitalismo criaria as condições para a libertação do indivíduo em relação ao trabalho, permitindo a emergência de uma sociedade não-repressiva, fundada
no princípio do prazer.
O problema para Marcuse era
que o proletariado -o agente dessa transformação, segundo o marxismo- estava totalmente integrado à sociedade industrial. Por
isso concentrava suas esperanças
revolucionárias nos setores
não-integrados, como os marginalizados, os desempregados -e
os estudantes. Daí sua influência
nos acontecimentos de 1968.
Marcuse morreu em Munique
em 1979.
Suas principais obras foram: "
Ontologia de Hegel" (1932), "Razão e Revolução" (1941), "Eros e
Civilização" (1955), "O Homem
Unidimensional" (1964) e "Contra-Revolução e Revolta" (1972).
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