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Pedreiro que achou recém-nascida quer mantê-la na família e vai se candidatar à adoção
50 pessoas querem adotar bebê em SP
da FT e da Reportagem Local
O Hospital Waldomiro de Paula que está cuidando da Vitória
2ª, apelido dado para o bebê recém-nascido encontrado anteontem em Itaquera (zona leste)
numa sacola de nylon, já recebeu
mais de 50 telefonemas de pessoas interessadas em adotá-la.
"Quatro famílias estiveram
aqui querendo levar a criança",
informou o administrador do
Hospital, Luiz Carlos Bento, 42.
Segundo ele, as assistentes sociais estão encaminhando os interessados ao Fórum Itaquera
(avenida Pires do Rio, 3915), onde poderão recorrer à adoção.
O pedreiro Leonel Bispo dos
Santos, 49, que encontrou a recém-nascida numa obra próxima a sua casa, não está gostando
nada do assunto. "Já criei 18 filhos, porque não posso criar
mais um?" questionou.
O pedreiro diz que já deu
"Suelen Aparecida" (nome que
deu à criança) para o filho Aldi,
pai de um menino de dois anos, e
hoje mesmo vai ao Fórum de Itaquera para se candidatar à adoção. "Ninguém vai tirar essa menina da nossa família. Ela foi um
presente de Deus", disse.
Segundo o neonatologista Gustavo Raul Silva Martinez, 41, a
Vitória 2ª está bem. O bebê está
numa incubadora, pesa 3 kg e
mede 46 cm.
"Ela está tomando antibióticos a cada 12 horas por precaução, mas se os exames de sangue
de hoje estiverem normais, ela
poderá receber alta", informou.
Bebê engorda
O recém-nascido que foi abandonado num saco de lixo e salvo
por um lixeiro na última quinta-feira está reagindo ao tratamento no Hospital do Servidor
Público Municipal e engordou.
O bebê, que tem sido chamado
informalmente de Alexandre e
Lúcio (nome do lixeiro que o salvou) pelos funcionários do hospital, engordou 30 gramas.
Segundo o médico Jorge Huberman, chefe do departamento
de neonatologia do hospital, o
bebê continua sob tratamento
com antibióticos.
A icterícia, amarelamento da
pele provocado pelo excesso de
bilirrubina no sangue, que o bebê apresenta, está sendo tratada
com banhos de luz. A suspeita de
infecção que os médicos tinham
não se manifestou.
Segundo Huberman, os nomes
dados ao bebê pelos médicos e
funcionários do hospital são para dar um tratamento "mais humano" à criança. Nos registros, a
criança não tem nome.
"A gente vai chamar ele de
quê? Temos que chamá-lo por
um nome."
(VIVIAN GOLDMANN e
MARCELO OLIVEIRA)
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