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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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ACIDENTE

Corpo do co-piloto Marcos Miranda de Souza, 25, foi o primeiro a ser removido; profundidade dificulta trabalho

Equipe localiza vítimas no fundo do mar

PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)

Foi retirado ontem dos destroços o corpo da primeira vítima do acidente com o helicóptero que prestava serviço para a Petrobras na bacia de Campos (RJ).
Segundo a empresa BHS, dona do helicóptero, o corpo é do co-piloto Marcos Miranda de Souza, 25. Os outros quatro corpos ainda estão dentro do aparelho, segundo a Petrobras.
O acidente ocorreu no sábado, quando o helicóptero, com dois tripulantes e três passageiros, atingiu o mastro do navio Toisa Mariner e caiu no mar. Ninguém se salvou.
O veículo de busca cortou o cinto de segurança que prendia o corpo do co-piloto, retirou-o dos destroços e colocou-o numa cesta no fundo do mar. O corpo não foi içado. O reconhecimento foi feito por meio de imagens.
Segundo o diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrela, "a prioridade absoluta da empresa, em respeito à família, é a retirada dos corpos". Ele disse que o helicóptero, a 820 m de profundidade, está virado de cabeça para baixo, o que dificulta a remoção das vítimas. O critério de retirada é a facilidade de acesso. "É uma operação delicada, difícil e complexa. Temos de tomar cuidado para preservar os corpos."
Estrela disse ainda que a estatal criará uma comissão interna para apurar as causas do acidente, paralelamente ao trabalho de investigação que está sendo feito pela Aeronáutica. Ele considerou este "o mais grave" acidente aéreo já ocorrido no transporte de passageiros na bacia de Campos. O último havia sido em 1996, quando morreram 2 dos 18 passageiros de um helicóptero.
Ainda não foi decidido se todos os corpos serão içados juntos ou separadamente. As operações de busca prosseguiriam durante a noite de ontem. Os trabalhos de resgate foram iniciados às 18h10, quando os cinco corpos já haviam sido localizados.
Técnicos da Petrobras, da BHS Helicópteros, da Aeronáutica e da Marinha estão no local do acidente. A maior dificuldade, segundo a Petrobras, é a profundidade.
Hélio de Souza, pai do co-piloto, disse que não tinha condições de dar entrevistas por estar muito emocionado. Marcos de Souza trabalhava havia sete meses na companhia e tinha 1.030 horas de vôo. Segundo a BHS, são transportadas 20 mil pessoas por mês para embarcações e plataformas da Petrobras. A empresa informou que nunca havia ocorrido acidente com seus helicópteros.
O delegado Jorge Veloso, da 123ª DP (Delegacia de Polícia), em Macaé (RJ), afirmou que abrirá inquérito para apurar as causas e os responsáveis pelo acidente. Ele disse que o resultado da investigação dependerá do laudo da perícia da Polícia Civil, que está sendo elaborado.


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