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ACIDENTE
Corpo do co-piloto Marcos Miranda de Souza, 25, foi o primeiro a ser removido; profundidade dificulta trabalho
Equipe localiza vítimas no fundo do mar
PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)
Foi retirado ontem dos destroços o corpo da primeira vítima do
acidente com o helicóptero que
prestava serviço para a Petrobras
na bacia de Campos (RJ).
Segundo a empresa BHS, dona
do helicóptero, o corpo é do co-piloto Marcos Miranda de Souza,
25. Os outros quatro corpos ainda
estão dentro do aparelho, segundo a Petrobras.
O acidente ocorreu no sábado,
quando o helicóptero, com dois
tripulantes e três passageiros,
atingiu o mastro do navio Toisa
Mariner e caiu no mar. Ninguém
se salvou.
O veículo de busca cortou o cinto de segurança que prendia o
corpo do co-piloto, retirou-o dos
destroços e colocou-o numa cesta
no fundo do mar. O corpo não foi
içado. O reconhecimento foi feito
por meio de imagens.
Segundo o diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrela, "a prioridade absoluta da empresa, em respeito à
família, é a retirada dos corpos".
Ele disse que o helicóptero, a 820
m de profundidade, está virado
de cabeça para baixo, o que dificulta a remoção das vítimas. O
critério de retirada é a facilidade
de acesso. "É uma operação delicada, difícil e complexa. Temos de
tomar cuidado para preservar os
corpos."
Estrela disse ainda que a estatal
criará uma comissão interna para
apurar as causas do acidente, paralelamente ao trabalho de investigação que está sendo feito pela
Aeronáutica. Ele considerou este
"o mais grave" acidente aéreo já
ocorrido no transporte de passageiros na bacia de Campos. O último havia sido em 1996, quando
morreram 2 dos 18 passageiros de
um helicóptero.
Ainda não foi decidido se todos
os corpos serão içados juntos ou
separadamente. As operações de
busca prosseguiriam durante a
noite de ontem. Os trabalhos de
resgate foram iniciados às 18h10,
quando os cinco corpos já haviam
sido localizados.
Técnicos da Petrobras, da BHS
Helicópteros, da Aeronáutica e da
Marinha estão no local do acidente. A maior dificuldade, segundo a
Petrobras, é a profundidade.
Hélio de Souza, pai do co-piloto,
disse que não tinha condições de
dar entrevistas por estar muito
emocionado. Marcos de Souza
trabalhava havia sete meses na
companhia e tinha 1.030 horas de
vôo. Segundo a BHS, são transportadas 20 mil pessoas por mês
para embarcações e plataformas
da Petrobras. A empresa informou que nunca havia ocorrido
acidente com seus helicópteros.
O delegado Jorge Veloso, da
123ª DP (Delegacia de Polícia), em
Macaé (RJ), afirmou que abrirá
inquérito para apurar as causas e
os responsáveis pelo acidente. Ele
disse que o resultado da investigação dependerá do laudo da perícia da Polícia Civil, que está sendo
elaborado.
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