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RIO DE JANEIRO
Em Bangu, zona oeste, órgão está fechado desde segunda-feira; 17 escolas também não estão funcionando
Guerra de traficantes fecha subprefeitura
ALESSANDRO FERREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A guerra entre traficantes das
favelas do Sapo e do Rebu, na zona oeste do Rio de Janeiro, que teve início na sexta-feira, provocou
o fechamento da Subprefeitura de
Bangu e de pelo menos 17 escolas
da região. O confronto entre as
facções criminosas já provocou a
morte de três pessoas.
A subprefeitura está fechada
desde às 11h de segunda-feira. O
subprefeito Sérgio Felippe, 47, no
cargo há pouco mais de três meses, disse que tomou a decisão devido à total falta de segurança.
"Ontem chegamos a pedir ajuda
à Polícia Militar, mas, mesmo assim, a situação ficou insustentável
com a troca de tiros. Espero que
possamos funcionar amanhã [hoje], mas só na hora saberemos se é
ou não possível abrir as portas",
disse Felippe. Ele lembrou que há
cerca de três anos a subprefeitura,
cuja sede fica de frente para a favela do Sapo, teve que fechar as
portas pelo mesmo motivo.
Desde sexta-feira, os traficantes
da favela do Rebu, chefiados por
Robson André da Silva, o Robinho Pinga, tentam assumir o controle dos pontos-de-venda de
drogas da vizinha favela do Sapo.
Pinga, que integra a facção criminosa Terceiro Comando Puro, é
um dos maiores atacadistas de
drogas do Rio, segundo a polícia.
Uma das três pessoas mortas foi
a dona-de-casa Luciana Oliveira
da Silva, 43, atingida por bala. As
outras duas vítimas eram supostos traficantes, segundo a polícia.
A Subprefeitura de Bangu funciona na sede de uma antiga fazenda de café da região. Dez pessoas, incluindo o subprefeito, trabalham no local. Eles atendem
moradores de 11 bairros da zona
oeste do Rio de Janeiro.
11 mil alunos
Estima-se que 17 escolas e uma
creche também não funcionaram
ontem nos bairros de Bangu, Senador Camará e Jabour -todos
na zona oeste do Rio de Janeiro-
por causa da insegurança.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Secretaria Municipal
de Educação, cerca de 11 mil alunos foram prejudicados. Algumas
escolas chegaram a abrir as portas, mas o medo de sair de casa fez
com que o comparecimento às
aulas fosse muito baixo. Na segunda-feira, nove escolas já haviam fechado as portas.
A secretaria informou que a
abertura de cada escola fica a cargo dos diretores e da coordenadoria regional de educação. Caso a
violência persista, a orientação é
manter os alunos em casa.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública informou que qualquer órgão público pode pedir reforço no policiamento por meio de um ofício a
ser endereçado ao comando da
Polícia Militar, que avalia a solicitação e encaminha para o comandante do batalhão da área.
O subprefeito de Bangu, no entanto, afirmou que fez o pedido
diretamente ao comandante do
14º BPM (Bangu) e que foi prontamente atendido. Mas ainda assim achou melhor suspender as
atividades no local.
Zona norte
Em Bonsucesso, na zona norte,
cerca de cem homens da Core
(Coordenadoria de Recursos Especiais) percorreram as vielas da
favela da Grota -que integra o
complexo de favelas do Alemão- para tentar sufocar o tráfico de drogas no local.
Os traficantes que invadiram o
morro do Adeus -em Ramos,
também na zona norte-, na madrugada de domingo teriam partido da Grota. Cinco suspeitos foram detidos, mas não foi registrada apreensão de armas ou drogas.
O morro do Adeus continua
ocupado por 40 policiais militares. Outros 24 homens do Getam
(Grupamento Especial Tático-Móvel) apóiam a ocupação vigiando os principais acessos da
favela. De acordo com a polícia, a
situação na favela é tranqüila. Mas
a ocupação não tem data para
acabar. Uma denúncia anônima
levou os policiais a um terreno
baldio no alto do morro, onde foram apreendidos dez quilos de
maconha.
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