São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

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Militar é preso carregando maconha em carro com emblema do Exército

Felipe Varanda/Folha Imagem
Drogas, armas e fardas apreendidas pela Polícia Federal na rodovia Presidente Dutra, a cerca de 50 quilômetros do Rio de Janeiro


TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Polícia Federal prendeu ontem quatro pessoas -entre elas um militar e um ex-militar- que supostamente fazem parte de uma quadrilha que transporta drogas de Curitiba para o Rio de Janeiro.
O militar e o ex-militar, fardados, foram presos transportando cerca de 300 quilos de maconha prensada e três armas em uma Veraneio. O carro estava pintado com as cores e o emblema do Exército e tinha uma placa oficial clonada.
O 2º sargento Bartolomeu Oliveira da Silva, 35, e Roberson Davis Sá, 28, foram presos na rodovia Presidente Dutra, na altura de Seropédica (a 50 km do Rio). Eles estavam sendo seguidos pela polícia desde Curitiba (PR), onde moram e receberam a droga, supostamente adquirida no Paraguai, segundo investigações da polícia.
O 2º sargento serve na Companhia de Comando da 5ª Região Militar, na capital paranaense. Sá foi 3º sargento na mesma companhia. Ele trazia um documento falso dizendo ser 3º sargento e chamar-se Milton Andrade Cordeiro. No papel, timbrado com o selo do Exército, ele afirmava ter perdido seus documentos.
Dênis Robert Sá, irmão do ex-militar, foi preso na Rodoviária Novo Rio (centro) quando conversava com Uedson Carlos de Moraes, suposto gerente do tráfico da favela de Acari (zona norte). Segundo a PF, Dênis veio de ônibus de Curitiba e é responsável pela venda da droga para Moraes.
Em nota, o Comando Militar do Leste informou que o 2º sargento ficará preso no 1º Batalhão de Polícia do Exército e responderá por crime militar em IPM (Inquérito Policial Militar) a ser instaurado pela 5ª Região Militar.
Os outros três presos foram encaminhados para o presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Até o fechamento desta edição, eles não haviam prestado depoimento nem contratado um advogado.
Segundo o delegado regional executivo da Superintendência da PF no Rio, Roberto Prel, a prisão foi feita quando os supostos criminosos notaram que eram seguidos e começaram a mudar a rota. Com eles foram encontradas a droga e as armas, que não são do Exército, e fardas militares.
O delegado não soube informar se o veículo já havia sido utilizado em outras viagens de Curitiba ao Rio. A investigação ocorre desde março, quando a polícia foi informada de que drogas chegavam ao Rio em um veículo com características militares, conduzido por um militar.


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