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Grupo da 25 quer ir para a rua Mauá
DO "AGORA"
Os moradores da rua Mauá, no
Brás (centro de SP), acordaram
com novos vizinhos na manhã de
ontem. João da Bolsa, Barba, Gaúcho, Mary, Nardier, Sara, David e
Faustão eram os nomes de alguns
deles, escritos a giz, lasca de tijolo,
tinta ou cal sobre a calçada.
Os novos "donos" da rua eram
os camelôs da antiga "feirinha da
madrugada" da rua 25 de Março,
que, desde 27 de julho, é coibida
por guardas-civis, policiais militares e fiscais da prefeitura.
Com os nomes escritos no chão,
os camelôs queriam demarcar seu
eventual novo local de trabalho.
Temendo os carros da Guarda Civil e da Polícia Militar que passavam constantemente pela rua,
eles evitaram, porém, erguer barracas. A demarcação irritou os
moradores da rua, que, munidos
de baldes, mangueiras e vassouras, tentavam limpar as calçadas.
"Eles [camelôs] vão trazer mais
sujeira e violência. Se ficarem, vou
embora no ato", disse a comerciária Jussara Macedo Soares, 42.
Ainda pela manhã, cerca de cem
ambulantes que trabalhavam na
"feirinha da madrugada" fizeram
uma passeata pela 25 de Março e
ruas adjacentes, protestando contra a proibição do comércio. Não
houve tumulto. "Queremos trabalhar pelo menos próximo à 25
de Março", disse Amílcar Pinheiro, coordenador da feirinha.
"Amanhã [hoje], às 3h, estarei
na rua Mauá para vender meus
produtos", afirmou Sara Brito,
que comercializava alimentos de
madrugada na 25 de Março.
Colaborou a Reportagem Local
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