São Paulo, Domingo, 07 de Novembro de 1999
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Telefônica reconhece problemas

da Reportagem Local

O vice-presidente de operações da Telefônica, Ivan Campagnolli, admite os problemas causados pela subcontratação de funcionários.
Ele argumenta, no entanto, que esses transtornos ocorrem em razão de contratos firmados pela Telesp em 1996 e que ainda estão em vigor. "Não é uma situação em que você tenha por contrato ou por todos os procedimentos um controle absoluto", disse Campagnolli.
Segundo ele, nos novos contratos feitos pela Telefônica, que estabelecem limite de 30% para a subcontratação, a empresa tem como fiscalizar o trabalho dos funcionários. Leia abaixo trechos da entrevista.

Folha - Como a Telefônica controla as subcontratações das empreiteiras?
Ivan Campagnolli -
Tenho fiscais em campo. E as empresas hoje estão delimitadas por área geográfica.

Folha - Encontramos pelo menos quatro empresas trabalhando em uma mesma área.
Campagnolli -
A gente sabe que há problemas. Isso (delimitação de serviço por região) vale para os contratos assinados em março e julho. Os contratos antigos ainda estão em vigor e, nesses casos, podem subcontratar quem quiser.

Folha - Se é de conhecimento da Telefônica, o que é feito para controlar isso?
Campagnolli -
Chamamos as empresas quando se tem uma reclamação consistente. A minha expectativa é que eu possa me justificar por um nível de subcontratação inadequado, por um nível de problemas fora do comum, por mais 30, 40 dias, porque os contratos antigos ainda estão em vigor.

Folha - Quer dizer que depois desse prazo não haverá mais problemas com subcontratação?
Campagnolli -
Com subcontratação e com impossibilidade de eu tomar uma ação mais incisiva em cima do contratado, sim.

Folha - Se a subcontratação traz problemas, porque é 30% e não zero a possibilidade nos novos contratos?
Campagnolli -
Às vezes deixar que esse tipo de trabalho seja subcontratado pode ser uma boa porque pode ser alguém mais especializado.

Folha - Como isso se aplica na instalação de telefones?
Campagnolli -
Nesse caso você pode permitir uma subcontratação em razão de estar exigindo dele um volume de mão-de-obra que ele imediatamente não tem. Então, ele pode, para complementar sua mão-de-obra, num um limite de 30% para não comprometer a estrutura de controle.

Folha - Mas isso afeta diretamente a segurança do usuário. A responsabilidade não é da Telefônica?
Campagnolli -
Afeta não só a segurança dele como a imagem da minha empresa. Agora a gente tem um contrato, que é legítimo e não dá as ferramentas de controle.

Folha - Eu tenho depoimentos sobre subcontratação na CCO, que tem contrato novo com a Telefônica.
Campagnolli -
A CCO sabe das regras e que tem fiscalização. Mas a CCO também presta serviço para essas empresas que ganharam em 1996 o turn key. Nada impede de ela estar trabalhando dentro do contrato novo e, de outra maneira, no contrato antigo.


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