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ENSINO SUPERIOR
Alunos da rede pública também terão esse percentual de vagas na universidade, a partir do próximo vestibular
No PR, negro terá 20% das vagas da federal
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O Conselho Universitário da
UFPR (Universidade Federal do
Paraná) aprovou a reserva de 20%
de vagas para negros e de 20% para alunos oriundos da escola pública no próximo vestibular, que
vai selecionar para 2005.
A definição de cotas para as chamadas "políticas afirmativas" já
tinha sido aprovada em reuniões
anteriores. Ontem, o conselho
apenas definiu os percentuais.
"Quem entrar na universidade
[pelo sistema de cotas] entrará
pela porta da frente, sem moleza
ou benesse", disse o reitor Carlos
Augusto Moreira Jr. Os alunos
que disputarem essas vagas terão
de passar por uma prova eliminatória, de conhecimentos gerais,
aplicada a todos os concorrentes.
Ele explicou que a prova eliminatória aborda o conteúdo do ensino médio de maneira geral. Nos
últimos vestibulares, sobreviveram a esse "corte" apenas 15 mil
dos cerca de 46.500 que disputaram as 4.160 vagas ofertadas.
Moreira Jr. disse que em alguns
cursos, como de medicina, as cotas não serão totalmente preenchidas, dado esse "corte". Ainda
assim, um aluno autodeclarado
afrodescendente aumentará em
seis vezes a chance de fazer o curso em relação à disputa anterior.
O Paraná tem 22% da população autodeclarada negra no Censo de 2000 -2,7% dos 19.542 alunos da UFPR. Os negros aprovados no último vestibular representam 1,7% do total -afrodescendentes inscritos eram 2,7%.
Realizado em dezembro de
2003, o vestibular foi disputado
por 35% de alunos que sempre estudaram em escola pública, e
26%, na escola privada. Dos aprovados, 21% são oriundos da escola
pública, e 40%, da privada.
Entre os calouros, 15% têm renda familiar superior a R$ 5.000.
Outros 19% são de famílias que
ganham mais de R$ 1.000.
Em todo o Brasil, apenas duas
universidades federais já adotaram o sistema de cotas para negros neste ano: a UnB (Universidade Federal de Brasília) e a Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo), segundo o MEC (Ministério da Educação).
A medida também já é seguida
em duas estaduais: a Uneb (Universidade da Bahia) e a UERJ
(Universidade Estadual do Rio de
Janeiro).
Em Salvador, cerca de 50 estudantes secundaristas fizeram um
ato público na manhã de ontem,
nas escadarias do prédio da Reitoria da UFBa (Universidade Federal da Bahia), pela aprovação do
Programa de Ações Afirmativas.
Colaborou ADRIANA CHAVES, da Agência Folha
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