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LEGISLATIVO
Parlamentares de SP apóiam atitude de Claudete Alves (PT), investigada por usar pagamento a funcionários no gabinete
Vereadores defendem confisco de salário
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereadores paulistanos afirmam que o "rateio" de despesas
de gabinete entre assessores em
cargos de comissão é prática comum na Câmara Municipal, utilizada para aplacar a falta de uma
verba específica para o custeio de
atividades de seus mandatos.
Parlamentares petistas reabriram a discussão sobre a criação da
verba de custeio dos gabinetes
após divulgação do inquérito civil
que investiga a suposta retenção
de salários de assessores por parte
da vereadora Claudete Alves (PT).
A vereadora nega qualquer irregularidade e baseia sua defesa na
prática de "rateio" de despesas:
diz que os assessores fazem "contribuições voluntárias" para bancar atividades do seu mandato.
Sem comentar especificamente
o caso da colega, o vereador Paulo
Teixeira (PT) diz que o atual sistema de verbas do legislativo paulistano leva o parlamentar a fazer o
"rateio". Como toda verba de gabinete tem de ser gasta para pagar
funcionários, afirma, "despesas
extras" são divididas entre assessores de forma acordada.
Segundo o petista, os serviços e
materiais aos quais cada vereador
tem direito (veja quadro ao lado)
não são suficientes para dar conta
de todas as ações do mandato.
Teixeira diz prestar contas aos
funcionários de todas despesas de
gabinete para as quais há o "rateio". Para ele, a prática precisa
ser corrigida pela criação da verba
de gabinete. A criação dessa verba, afirma, tem de ser compensada pelo corte nos salários, para
que não haja custo adicional.
O vereador Arselino Tatto (PT),
que responde a processo no qual
também é acusado de reter parte
dos salários de assessores, cita viagens e a realização de eventos como exemplos de ações para as
quais é necessário o "rateio".
Ex-presidente da Câmara, ele
diz que a reforma administrativa
feita na Casa prevê a criação da
verba de custeio dos gabinetes.
Com isso, os serviços que estão à
disposição dos vereadores seriam
desativados. Tatto diz que os parlamentares ficam "vulneráveis"
ao precisar da ajuda de assessores.
Ele diz ainda que, no caso dos
petistas, a situação é agravada pelo fato de o estatuto do partido
exigir uma contribuição mensal
dos filiados. "Sempre corremos o
risco de o cara que contribuía para o partido, depois de exonerado,
jogar a culpa no vereador."
Presidente do PT municipal e
ex-vereador, o deputado estadual
Ítalo Cardoso é a favor da criação
da verba de gabinete na Câmara,
alegando que ela já existe em outras casas legislativas, como na
Assembléia paulista. "Hoje, sem o
rateio, o vereador não consegue
tocar seu gabinete", disse ele.
O vereador Carlos Bezerra
(PSDB) também defende a criação da verba, que segundo ele poderia "diferenciar os mandatos".
Bezerra afirma que atualmente,
em alguns casos, tem de recorrer
ao próprio bolso ou a "vaquinhas" entre assessores para realizar atividades de mandato.
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