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RISCO NAS DELEGACIAS 2
Juiz lhes dá pela 1ª vez a preferência de sair dos DPs para as penitenciárias, que são mais seguras
Presos doentes ganham lugar dos perigosos
da Reportagem Local
A situação de saúde dos Distritos
Policiais é tão grave que, pela primeira vez, o juiz-corregedor Maurício Lemos Porto Alves decidiu
dar preferência aos presos doentes, em vez dos que têm altas condenações, na lista de transferência
de detentos das delegacias para as
penitenciárias paulistas.
Explica-se: nas penitenciárias
existem, ao menos, enfermarias.
Nos DPs, os presos são atendidos
só nos momentos de crise de suas
doenças -diante da primeira melhora, dois ou três dias depois, retornam às celas onde cabem cinco, mas vivem até 35 detentos.
Com a decisão do juiz, cem vagas extras conseguidas nas penitenciárias para presos de delegacias serão ocupadas pelos doentes.
A primeira leva terá 50 presos e
sairá neste mês. Essas vagas são o
último lote das 400 obtidas em fevereiro na Secretaria da Administração Penitenciária. O objetivo
era desafogar as delegacias.
Ajuda
Enquanto a transferência dos
doentes não começa, o delegado
Douglas Aparecido Randmer da
Silveira, titular do 7º DP, recebe
ajuda de comerciante da Lapa (zona noroeste) para comprar alguns
remédios que os presos precisam.
"A gente se vira atrás de médico
e remédio, mas não conseguimos
combater a Aids, só as infecções
oportunistas causadas pela doença", diz Silveira.
Nas delegacias, existem também
casos de carcereiros que apanharam doenças, como sarna, micoses e conjuntivite dos presos.
O levantamento dos doentes foi
concluído pela Justiça e pela Polícia Civil há 25 dias. Desde então,
um dos presos da lista com HIV
positivo morreu, outro fugiu e
uma mulher anêmica com pneumonia, bronquite e grávida foi
solta por ordem judicial.
(MARCELO GODOY)
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