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EDUCAÇÃO
Levantamento da Câmara mostra que porcentagem de investimentos caiu; ministério diz que queda não foi em termos reais
MEC perde espaço no Orçamento da União
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Os gastos com o Ministério da
Educação vêm perdendo importância relativa no Orçamento do
governo federal.
De acordo com levantamento
feito pela Assessoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, em 95 o orçamento executado pelo MEC foi
de R$ 9,070 bilhões.
Esse valor representava 7,6% dos
gastos não financeiros (que excluem as despesas com pagamentos de dívidas) da União.
Em 96, o valor executado pelo
MEC foi maior (R$ 9,1 bilhões),
mas representou uma fatia menor
das despesas não financeiras da
União naquele ano (6,4%).
No ano passado, essa diferença
aumentou ainda mais, segundo o
levantamento. O MEC executou o
equivalente a 5% das despesas não
financeiras do governo federal (R$
9,6 bilhões). O valor previsto para
o Ministério da Educação neste
ano é de R$ 10,5 bilhões, ou 5,5%
do total previsto para o Orçamento não financeiro da União.
Segundo o levantamento, os gastos representados no Orçamento
não financeiro da União com as
instituições federais de ensino superior também diminuíram.
Em 95, os R$ 5,8 bilhões executados por essas instituições significaram 4,9% das despesas não financeiras da União naquele ano.
Dois anos depois, passaram a representar 3,2%, embora o valor
absoluto tivesse aumentado (R$
6,2 bilhões).
Em 98, estão orçados R$ 6,5 bilhões para as instituições federais
de ensino superior (3,4% do Orçamento não financeiro da União).
Se o orçamento das instituições
federais de ensino superior for
desdobrado em grupos de natureza de despesa, o resultado é que os
gastos com investimentos (reforma e construção de prédio e compra de equipamento, por exemplo) caem de R$ 190,7 milhões em
95 para R$ 106,2 milhões em 97.
"Isso mostra que o governo não
tem privilegiado a educação de
forma geral nem o ensino superior", diz o deputado Paulo Bernardo (PT-PR).
Segundo Luciano Oliva Patrício,
secretário-executivo do ministério, a queda relativa dos gastos da
União com o MEC não significa
falta de prioridade para educação,
mas um crescimento de receitas
que não vão para essa área, como a
CPMF (imposto do cheque), de
aplicação obrigatória na saúde.
"Também cresceu muito o benefício previdenciário no bolo das
receitas não financeiras da União.
Os gastos com o MEC não caíram
em termos reais", afirma.
Em relação à diminuição das
despesas com investimentos das
instituições federais de ensino superior, Patrício diz que, à medida
que as instituições crescem e se
fortalecem, é natural que o gasto
em investimento passe a custeio.
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