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Após noites maldormidas, estudantes precisam completar sono no colégio
DA REPORTAGEM LOCAL
Professores e diretores de escolas notam logo quando os pequenos estudantes dormem
pouco em casa.
"Eles chegam atrasados. Alguns entram na escola dormindo, no colo do pai. Em certos
casos, precisam terminar o sono aqui. Isso está se tornando
cada vez mais freqüente", diz
Liamara Montagner, coordenadora pedagógica do colégio
Santo Américo.
Crianças com problemas de
sono também ficam irritadiças
e choram por qualquer coisa.
"Temos até colchonetes para
elas dormirem na escola, mas
isso é ruim. Quando dormem,
perdem a oportunidade de
brincar com os amigos, fazer
outras atividades", afirma Paula Bacchi, orientadora do colégio Santa Maria. "O ideal é que
durmam cedo e cheguem aqui
dispostas para aproveitar o dia
na escola."
As duas educadoras afirmam
que a rotina dos pais tem de ser
adaptada à dos filhos, não o
contrário.
"Se está havendo prejuízo para a criança por ela dormir tarde, então que o adulto fique
com o prejuízo", afirma Liamara Montagner. "Se o casal decidiu ter filho, tem que saber que
precisa fazer alguns sacrifícios", acrescenta Paula Bacchi.
Para Júnia de Vilhena, psicanalista, terapeuta familiar e
professora da PUC-Rio, os pais
não devem fazer comparações
nostálgicas com a época em que
eles eram crianças e não havia
essa necessidade de "esticar" o
dia dos filhos, pelo fato de as
mães não trabalharem fora e os
pais chegarem mais cedo do
trabalho.
"Não adianta querer pensar
que antigamente era melhor.
Foram as famílias antigas que
geraram as neuroses atuais",
explica ela. "Cada tempo tem o
seu problema. É preciso fazer
ajustes e adaptações, senão você não vive."
(RW)
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