São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Riscos atingem todos os ocupantes

DA REPORTAGEM LOCAL

A utilização do cinto de segurança pelos passageiros do banco traseiro aumenta a segurança de todos os ocupantes do veículo.
Um estudo divulgado neste ano no Japão aponta que, nos acidentes de trânsito em que os passageiros que estão atrás não usam os cintos de segurança, os riscos de morte dos ocupantes dos bancos dianteiros aumentam cinco vezes.
Isso ocorre porque os passageiros do banco traseiro, quando estão sem cinto de segurança, são lançados para frente e atingem as costas do banco dianteiro.
Os pesquisadores também verificaram que a tendência se agrava quando os acidentes são frontais. Nessa situação, os riscos de morte dos motoristas podem aumentar seis vezes. Os dos passageiros dianteiros, até sete vezes.
Nos casos de acidentes laterais, por exemplo, os riscos são reduzidos porque os ocupantes do banco traseiro sem cinto podem ser lançados para diferentes direções, inclusive para fora do veículo.

Pesquisa
O estudo foi coordenado por Masao Ichikawa, Shinji Nakahara e Susumu Wakai, da Universidade de Tóquio. Eles analisaram os acidentes de trânsito graves ocorridos entre 1995 e 1999, nos quais havia ao menos dois passageiros no banco traseiro do veículo.
As ocorrências avaliadas na pesquisa envolveram 103.590 ocupantes do banco dianteiro -73.893 motoristas e 29.697 passageiros-, dos quais 211 motoristas e 173 passageiros morreram e 1.557 e 1.185, respectivamente, ficaram gravemente feridos.
O estudo também conclui que quase 80% das mortes dos ocupantes do banco dianteiro com cinto poderiam ter sido evitadas se os cintos do banco traseiro tivessem sido utilizados.
"Muita gente pensa que os bancos da frente servem de proteção. É uma ilusão. Dependendo da altura do banco e da do passageiro, pode haver uma batida de cabeça contra cabeça. É comum haver trauma no crânio e no tórax", afirma Alberto Francisco Sabbag, secretário-geral da Abramet.

Lesões graves
"A gente tem que conscientizar os passageiros de que eles estão colocando em risco não só a vida deles, mas a da família e a dos amigos que estão no banco da frente. Quando as vítimas não morrem, sofrem lesões graves. É comum a fratura na coluna", diz José Sérgio Franco, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e presidente eleito da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
Franco também pede mais cobranças em relação à exigência do cinto nos ônibus e nos táxis. (AI)


Texto Anterior: Trânsito: Cai adesão a cinto de segurança em SP
Próximo Texto: Periferia cumpre menos a lei
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.