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Riscos atingem todos os ocupantes
DA REPORTAGEM LOCAL
A utilização do cinto de segurança pelos passageiros do banco
traseiro aumenta a segurança de
todos os ocupantes do veículo.
Um estudo divulgado neste ano
no Japão aponta que, nos acidentes de trânsito em que os passageiros que estão atrás não usam os
cintos de segurança, os riscos de
morte dos ocupantes dos bancos
dianteiros aumentam cinco vezes.
Isso ocorre porque os passageiros do banco traseiro, quando estão sem cinto de segurança, são
lançados para frente e atingem as
costas do banco dianteiro.
Os pesquisadores também verificaram que a tendência se agrava
quando os acidentes são frontais.
Nessa situação, os riscos de morte
dos motoristas podem aumentar
seis vezes. Os dos passageiros
dianteiros, até sete vezes.
Nos casos de acidentes laterais,
por exemplo, os riscos são reduzidos porque os ocupantes do banco traseiro sem cinto podem ser
lançados para diferentes direções,
inclusive para fora do veículo.
Pesquisa
O estudo foi coordenado por
Masao Ichikawa, Shinji Nakahara
e Susumu Wakai, da Universidade de Tóquio. Eles analisaram os
acidentes de trânsito graves ocorridos entre 1995 e 1999, nos quais
havia ao menos dois passageiros
no banco traseiro do veículo.
As ocorrências avaliadas na pesquisa envolveram 103.590 ocupantes do banco dianteiro
-73.893 motoristas e 29.697 passageiros-, dos quais 211 motoristas e 173 passageiros morreram
e 1.557 e 1.185, respectivamente,
ficaram gravemente feridos.
O estudo também conclui que
quase 80% das mortes dos ocupantes do banco dianteiro com
cinto poderiam ter sido evitadas
se os cintos do banco traseiro tivessem sido utilizados.
"Muita gente pensa que os bancos da frente servem de proteção.
É uma ilusão. Dependendo da altura do banco e da do passageiro,
pode haver uma batida de cabeça
contra cabeça. É comum haver
trauma no crânio e no tórax",
afirma Alberto Francisco Sabbag,
secretário-geral da Abramet.
Lesões graves
"A gente tem que conscientizar
os passageiros de que eles estão
colocando em risco não só a vida
deles, mas a da família e a dos
amigos que estão no banco da
frente. Quando as vítimas não
morrem, sofrem lesões graves. É
comum a fratura na coluna", diz
José Sérgio Franco, professor da
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro) e presidente eleito
da SBOT (Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia).
Franco também pede mais cobranças em relação à exigência do
cinto nos ônibus e nos táxis.
(AI)
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