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Depoimento não muda tese da polícia
da Reportagem Local
O depoimento do engenheiro
químico Márcio Alexandre Pataro
Redivo, responsável pelo incinerador da Ciba, em Taboão da Serra, onde é queimado o lixo da
Schering do Brasil, pouco acrescentou ao inquérito.
O depoimento também não mudou a principal tese das investigações -a de que houve um furto
no interior do laboratório praticado por uma quadrilha formada
por quatro ou cinco pessoas.
A polícia já tem inclusive suspeitos, cujos nomes não são divulgados por falta de provas.
Segundo Redivo, o transporte
do material para a incineração é
feito pela empresa Vega Sopave e
que, no pátio da Ciba, o lixo passa
por duas pesagens.
A primeira ocorre quando o lixo
do laboratório ainda está no carro
da Vega, e a segunda, após a retirada do produto.
Redivo confirmou no depoimento o que a Ciba já havia divulgado à Folha. Em nenhuma das
vezes a Schering do Brasil reclamou de diferença de peso entre as
duas medições, o que poderia indicar um desvio parcial do lixo,
que incluía as pílulas Microvlar do
teste da máquina de embalar.
Acareação
O delegado Sergio Abdalla, que
comanda as investigações, disse
que na próxima semana pretende
esclarecer o caso, após realizar
uma acareação entre funcionários
e ex-funcionários da empresa, cujos depoimentos foram contraditórios em vários pontos.
Ao todo, Abdalla já ouviu 20
funcionários da Schering do Brasil
e outros quatro ex-funcionários.
Foram ouvidos um administrador, três farmacêuticos, técnicos,
faxineiros e vigilantes que tinham
contato com a produção da pílula.
A polícia suspeita que a quadrilha que agia dentro da empresa
não furtava somente o Microvlar,
mas também outros produtos.
"Eu acho que eles faziam clínica
geral lá", disse Abdalla.
A Folha apurou que após a empresa suspeitar de alguns furtos
antes do derrame das pílulas de
teste, a Schering do Brasil reforçou o seu esquema de segurança.
Ontem também estavam previstos os depoimentos de um motorista e de um ajudante da empresa
Vega Sopave, mas a empresa não
respondeu a intimação da polícia.
(MARCELO OLIVEIRA)
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