da Agência Folha, em Porto Alegre

A pesquisa sobre o uso de drogas no trabalho, feita pelo Sesi-RS (Serviço Social da Indústria) entre 1994 e 1995, apontou o álcool como a substância mais difundida entre os trabalhadores.
Dos integrantes da amostra, que ouviu 834 trabalhadores, representando um universo de 730 mil industriários, 45,3% eram bebedores sistemáticos e 34% manifestaram sofrer de problemas de relacionamento e até físico devido ao hábito de beber.
A pesquisa, que foi transformada no livro "Trabalho e Drogas - Uso de Substâncias Psicoativas no Trabalho", editado pela Edipucrs, constatou que 30,5% dos entrevistados eram fumantes.
O índice caiu e agora é de 26%, segundo a coordenação do Projeto de Prevenção ao Uso de Drogas no Trabalho e na Família, deflagrado a partir da pesquisa.
40 empresas
O trabalho ouviu todos os escalões hierárquicos de 40 empresas em 24 municípios gaúchos e também apurou a utilização de medicamentos por 70% dos entrevistados.
Parte deles (15%) se automedicava, comprando remédio sem receita.
As drogas ilícitas (maconha, cocaína etc.) foram consumidas por 8% dos operários alguma vez.
Apenas 1% disse ser consumidor frequente. Preocupou os pesquisadores o fato de que 13,4% dos parentes dos industriários tinham ligação com drogas.
O levantamento registrou "grande precariedade" por parte das empresas em relação a registros de ocorrências, como acidentes do trabalho, faltas, atrasos, doenças profissionais e licenças de saúde.
Mais de um terço dos entrevistados (37%) disse haver faltado ao trabalho nos 12 meses anteriores por se sentirem doentes ou incapacitados.
Deles, 19% declararam que suas faltas, atrasos ou acidentes poderiam estar vinculados ao consumo de bebidas ou drogas.
A pesquisa verificou que 80% dos trabalhadores gostariam de receber orientação sobre os meios mais adequados para ajudar a si mesmos e a seus familiares em problemas relacionados com álcool, cigarros e drogas.



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