LUIZ CAVERSAN
Diretor da Sucursal do Rio

Sem dúvida nenhuma, um dos grandes responsáveis pela eterna rixa entre paulistas e cariocas sempre foi o preço da ponte aérea.
De parte a parte, muitos paulistas e cariocas empedernidos ainda preferem falar mal de lá ou de cá, já que, por causa do preço salgado da passagem, não podem desfrutar de uma ou outra cidade como se deve. Se pudessem, falariam mais bem do que mal.
No caso do Rio, há de se vir uma, duas, várias vezes e ainda assim será pouco para a metrópole mais bonita do mundo -pelo menos para quem dá o maior apoio à natureza.
Tem violência? Bem, você, paulista, sabe como anda a barra ali por Parelheiros ou nos cafundós da zona leste de SP? Pois bem, aqui as coisas acontecem mais perto e, por isso e também pela marcação cerrada dos meios de comunicação, repercutem muito mais. Mas no fundo é quase igual.
Não pense nisso, porém.
Aproveite o desconto da ponte aérea e programe uns três ou quatro fins-de-semana até o fim do ano para vir se apaixonar pelo Rio.
Fique em um hotel da orla (do Leme até São Conrado, há muitos e bem bons) ou na casa de um amigo. De preferência com vista: para o mar, para a lagoa Rodrigo de Freitas, para as inúmeras encostas verdes da cidade.
Vá à praia, mas não só.
O Jardim Botânico é obrigatório e Cristo Redentor e Pão de Açúcar podem ser bem vistos de longe.
Se aconselhe com amigos e vá a bons restaurantes, porque há muitos. Coma peixes, camarões, lagostas, lulas, polvos e afins -esqueça a carne por um fim-de-semana.
No domingão, participe de uma das experiências mais democráticas e encantadoras do país: passeie a pé pelas avenidas beira-mar -Atlântica, Vieira Souto e Delfin Moreira-, que ficam fechadas aos carros até o fim da tarde.
É uma festa daquelas que dá vontade de voltar sempre.
Com a ponte aérea mais barata, quem sabe?