São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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SARAMPO
Casos confirmados pelo CVE nas outras cidades de São Paulo mais que dobraram; outros Estados são atingidos
Epidemia se espalha para o interior de SP

MARCOS PIVETTA
da Reportagem Local

A epidemia de sarampo, que estava restrita praticamente à região metropolitana de São Paulo, começa se espalhar em direção ao interior e em outros Estados.
Até o último dia 4, o total de casos oficialmente confirmados no Estado pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) era 2.308 (dos quais 2.189 foram detectados na região metropolitana).
O número de casos confirmados pelo CVE no interior paulista mais do que dobrou no último levantamento -passou de 51 para 104.
Extra-oficialmente, os serviços regionais de saúde do Estado também já começam a detectar um números cada vez maior de casos em grandes cidades do interior.
Campinas registrou 19 novos casos de sarampo anteontem, elevando para 26 o número de doentes notificados na cidade este ano. O CVE, até o dia 4, só confirmava oficialmente 9 casos na cidade.
Jundiaí já contabilizou 19 casos este ano (o CVE só confirmou 17). Barretos também registrou seu primeiro caso de sarampo.
Os números confirmados pelo CVE são menores que os divulgados por autoridades regionais de saúde de algumas cidades porque a vigilância só confirma casos depois de fazer um exame laboratorial no doente. Os serviços das cidades costumam confirmar casos após exame clínico.
Apesar de ser o único Estado do país com uma epidemia da doença, São Paulo, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é a unidade da federação que apresenta os melhores índices de vacinação contra sarampo.
Em 96, mais de 99% das crianças com menos de 1 ano de São Paulo foram vacinadas contra a doença, segundo o ministério.
Para a CVE, a quantidade de crianças com menos de 1 ano vacinadas em 96 foi menor (94%).
De qualquer forma, o índice de vacinação em São Paulo é muito melhor do que os índices de Estados do Norte e Nordeste, como Acre e Alagoas, onde nem metade das crianças foram vacinadas.
"Se São Paulo está enfrentando uma epidemia, os outros Estados também tem de se cuidar", disse Mirian de Moura, do CVE.
Jarbas Barbosa, diretor do Centro Nacional de Epidemiologia, admitiu que os índices de cobertura vacinal do Brasil como um todo e de vários Estados são ruins.



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