São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Planalto adota cautela para dar recursos

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal decidiu adotar prudência para a liberação de recursos para as áreas atingidas pelas enchentes no Nordeste. A medida provisória de repasse de verbas só deve ser assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na quarta-feira, e ainda não há previsão dos valores que serão repassados.
"Decidimos ser prudentes", afirmou ontem o secretário de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, Pedro Sanguinetti. E justificou a demora para a liberação de verbas usando quatro argumentos.
São ele:
1) não é possível quantificar ainda os prejuízos, pois vários municípios ainda estão isolados;
2) o governo federal não pretende ser novamente criticado por liberar apenas uma quantia simbólica inicialmente;
3) há riscos de uso político dos recursos em ano eleitoral, como foram identificados em pelo menos dois casos;
4) as vítimas das chuvas estão recebendo cestas de alimentos, roupas, cobertores e remédios, tanto adquiridos pelo governo federal quanto doações, o que retira o caráter de urgência para o atendimento a essas pessoas.
Os comitês de Defesa Civil dos Estados estão ainda trabalhando no levantamento dos prejuízos, em conjunto com os municípios. Ontem, de acordo com a Secretaria de Defesa Civil, o governo de Pernambuco estimou em R$ 128 milhões e o de Alagoas em outros R$ 100 milhões os prejuízos. De qualquer forma, Sanguinetti disse que o governo federal fará uma reavaliação para checar os dados.
O administração de FHC não quer ser novamente objeto de críticas, como as ocorridas no início do ano, quando o governo liberou apenas R$ 5 milhões de imediato para as vítimas das chuvas em Minas e São Paulo, embora tenha repassado R$ 54 milhões ao todo.
Também quer evitar casos como os ocorridos agora, quando um candidato a vereador de Serinhanhem (PE) foi flagrado distribuindo cestas aos flagelados. Também houve o caso da cidade de Catende, onde a prefeitura "inventou" 22 mortos.



Texto Anterior: Decreto possibilita obter verbas
Próximo Texto: Saúde: Procon-SP vai controlar preços de remédios
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.