São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


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Movimento "Basta!" quer propor ao Paraguai proibição de venda de arma

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O movimento "Basta! Eu Quero Paz" quer criar uma comissão para negociar com o governo do Paraguai a proibição de venda de armas a turistas brasileiros.
A idéia será levada hoje ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem audiência prevista para as 16h com representantes do movimento em todo o país. Amanhã, a audiência será com o ministro José Gregori (Justiça).
As propostas se concentram em três áreas: proibição de venda de armas, investimento na educação de jovens que não concluíram o ensino fundamental e mudanças efetivas nas polícias estaduais.
Coordenador do movimento Viva Rio e um dos idealizadores do "Basta!", Rubem César Fernandes diz que o controle da venda de armas no Brasil "é um pantanal: você mete o pé e afunda". Para ele, qualquer solução exige uma parceria com o Paraguai.
"As armas produzidas no Brasil são vendidas lá e revendidas novamente a brasileiros, voltando sem controle para o mercado daqui", afirma. A comissão teria integrantes do governo, do Legislativo e da sociedade civil. Ficaria encarregada de negociar com representantes paraguaios o controle da venda de armas.
Fernandes também pedirá a FHC que, com o apoio da base governista no Senado, faça votar em regime de urgência o projeto de lei que proíbe a venda de armas e munições a civis no país. O projeto já foi aprovado na comissão de Constituição e Justiça do Senado.
O movimento pela paz pedirá a FHC que apóie a criação de supletivos e de um serviço civil voluntário para jovens que não concluíram o ensino fundamental.
Sem escola e sem trabalho, esses jovens, sobretudo após os 14 anos, estão nas chamadas "situações de risco" para violência, seja como agressores, seja como vítimas.
O coordenador do Viva Rio teme, porém, uma resposta pouco concreta de FHC a essa reivindicação, com a desculpa de falta de verbas para os projetos. "Se isso acontecer, vai ser muito frustrante. O jovem que abandona a escola não é público-alvo de nenhuma política do governo. Hoje quem domina a política cultural e de trabalho para essa juventude é o tráfico de drogas", diz ele.
Na área de reforma das polícias, a proposta do movimento pela paz é retirar o tema da competência exclusiva da Constituição Federal. O projeto de desconstitucionalização da reforma policial foi enviado ao Congresso Nacional em 1997, mas está parado numa comissão.


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