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Movimento "Basta!" quer propor ao Paraguai proibição de venda de arma
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O movimento "Basta! Eu Quero
Paz" quer criar uma comissão para negociar com o governo do Paraguai a proibição de venda de armas a turistas brasileiros.
A idéia será levada hoje ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem audiência prevista para as 16h com representantes do
movimento em todo o país. Amanhã, a audiência será com o ministro José Gregori (Justiça).
As propostas se concentram em
três áreas: proibição de venda de
armas, investimento na educação
de jovens que não concluíram o
ensino fundamental e mudanças
efetivas nas polícias estaduais.
Coordenador do movimento
Viva Rio e um dos idealizadores
do "Basta!", Rubem César Fernandes diz que o controle da venda de armas no Brasil "é um pantanal: você mete o pé e afunda".
Para ele, qualquer solução exige
uma parceria com o Paraguai.
"As armas produzidas no Brasil
são vendidas lá e revendidas novamente a brasileiros, voltando
sem controle para o mercado daqui", afirma. A comissão teria integrantes do governo, do Legislativo e da sociedade civil. Ficaria
encarregada de negociar com representantes paraguaios o controle da venda de armas.
Fernandes também pedirá a
FHC que, com o apoio da base governista no Senado, faça votar em
regime de urgência o projeto de
lei que proíbe a venda de armas e
munições a civis no país. O projeto já foi aprovado na comissão de
Constituição e Justiça do Senado.
O movimento pela paz pedirá a
FHC que apóie a criação de supletivos e de um serviço civil voluntário para jovens que não concluíram o ensino fundamental.
Sem escola e sem trabalho, esses
jovens, sobretudo após os 14 anos,
estão nas chamadas "situações de
risco" para violência, seja como
agressores, seja como vítimas.
O coordenador do Viva Rio teme, porém, uma resposta pouco
concreta de FHC a essa reivindicação, com a desculpa de falta de
verbas para os projetos. "Se isso
acontecer, vai ser muito frustrante. O jovem que abandona a escola não é público-alvo de nenhuma
política do governo. Hoje quem
domina a política cultural e de
trabalho para essa juventude é o
tráfico de drogas", diz ele.
Na área de reforma das polícias,
a proposta do movimento pela
paz é retirar o tema da competência exclusiva da Constituição Federal. O projeto de desconstitucionalização da reforma policial
foi enviado ao Congresso Nacional em 1997, mas está parado numa comissão.
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