São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000 |
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PANORÂMICA SÃO PAULO Instituto reconhece comunidade do litoral como remanescente de quilombo O Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) publicou na sexta-feira, no "Diário Oficial" do Estado, um relatório antropológico reconhecendo a comunidade de Caçandoca, em Ubatuba, no litoral norte, como remanescente de um quilombo. O relatório vai permitir que o governador Mário Covas (PSDB) reconheça, por meio de decreto, os moradores do local como proprietários definitivos da área. Hoje, 34 supostos proprietários, entre empresas e pessoas físicas, reivindicam a posse de partes da região. A área, que tem uma extensão de 890 hectares, é ocupada por 17 famílias de descendentes de escravos e engloba parte das praias do Pulso, Saco da Raposa e Saco da Banana. Segundo o Itesp, o lugar era ocupada no século 19 por uma fazenda de café que usava trabalho escravo. "A comunidade de Caçandoca contatou o Itesp em julho de 1998, pedindo o reconhecimento que conseguimos agora", disse a antropóloga Alessandra Schmitt, que coordenou o trabalho ao lado de técnicos da área de recursos fundiários do Itesp. Por meio do Itesp, as comunidades de descendentes de escravos recebem assistência técnica agropecuária e florestal. Segundo a antropóloga, o relatório vai solucionar uma série de ações judiciais em torno da posse da terra no local. Há, atualmente, 25 comunidades remanescentes de quilombos identificadas no Estado de São Paulo -20 delas estão no Vale do Ribeira. De hoje até o dia 13, representantes dessas comunidades estarão participando do projeto "Revelando São Paulo", que reproduz no Parque da Água Branca, em São Paulo, um quilombo de 40 metros. Também haverá a exposição de cerca de 300 peças de artesanato. (DA FOLHA VALE) Texto Anterior: Gerente do circo afirma que pretendia doá-los Próximo Texto: Congresso internacional de gastro em SP alerta para riscos da doença do refluxo Índice |
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