São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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'Tiro pode sair pela culatra'

da Reportagem Local

Na opinião do secretário da Habitação do município de São Paulo, Lair Krahenbuhl, a atitude do setor habitacional do governo Covas, ao comprar um imóvel invadido, é completamente equivocada e pode abrir um precedente perigoso.
"Será que quem está mais organizado do que o outro pode ter prioridade?", questionou Krahenbuhl.
"Intervenções desse tipo podem se transformar 'num tiro que pode sair pela culatra'."
Na opinião do secretário, o Estado deve verificar a demanda dos encortiçados, negociar e intermediar a compra de prédios e adaptá-los para o uso individual e coletivo. "Atitudes puramente paternalistas não resolvem a questão."
Invasores, segundo Krahenbuhl, devem ser retirados de projetos públicos e devem ser evitadas, a todo custo, as manipulações políticas.
Oposição ataca
Segundo o deputado Roberval Conte Lopes (PPB), da bancada que faz oposição ao governo Covas, o governador tucano é especialista em gerar expectativas.
"A partir do momento em que ele compra uma casa invadida, outras pessoas podem se sentir no direito de fazer a mesma coisa. Quantas pessoas que não têm habitação vão querer invadir para exigir moradia?", diz o deputado.
Segundo Lopes, não adianta resolver o problema de uma demanda pequena de forma simples, pois todos poderão querer a mesma coisa.
"Depois, acontecem novas invasões e o Estado tem que mandar a PM, como fez na Fazenda da Juta, onde acabaram morrendo três."



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