São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998

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Incêndio em fazenda ameaça reserva de castanheiras no Pará

LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém

Um incêndio, que já atingiu cerca de 6.000 hectares da fazenda Bamerindus no sul do Pará, ameaça chegar à reserva florestal de castanheiras de 28 mil hectares que faz parte da propriedade.
A área queimada representa cerca de 10% dos 58 mil hectares da fazenda. A reserva é a maior floresta de castanheiras do Pará.
Sete técnicos do Ibama e sete agentes da Polícia Federal estão no local tentando evitar o alastramento do fogo. Dois tratores estão sendo usados para a construção de trincheiras nos limites da reserva.
Outra maneira de combater o incêndio que está sendo utilizada é "o fogo contra fogo". Os técnicos estão provocando queimadas que vão de encontro aos focos do incêndio, matando a vegetação e acabando com a possibilidade de alastramento.
De acordo com o superintendente do Incra em Marabá (PA), Vitor Hugo da Paixão Melo, há fortes indícios de que as queimadas estão sendo provocadas por madeireiros e invasores.
"Em algumas áreas da floresta de castanheiras foram cortadas as vegetações mais baixas o que indica a intenção de derrubadas", disse Melo. Apenas o calor do fogo já pode matar as árvores.
Os primeiros focos de incêndio foram detectados há cerca de 12 dias pelo Ibama, mas apenas agora eles chegaram perto da reserva.
Um levantamento parcial do centro técnico do Ibama em Brasília detectou anteontem 101 focos de calor apenas no Pará.
Nos seis primeiros dias de agosto o Ibama registrou 678 focos de calor. Durante todo o mês de julho, foram 643 focos.
Ontem as autoridades locais pediram ajuda dos seus órgãos em Brasília. O Exército, o Incra, a Polícia Federal e o Ibama marcaram uma reunião para tentar avaliar a situação e programar novas ações.



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