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NO CENTRO DE SÃO PAULO
Professora não sabe
usar vídeo e antena
do enviado especial
A cinco quadras da Delegacia do
Ministério da Educação em São
Paulo, a antena parabólica da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Fidelino Figueiredo permanece zero
quilômetro sete meses depois de
ser instalada. Motivo: ninguém sabe usá-la para captar os programas
do TV Escola.
O resultado é que não há nenhuma fita do TV Escola no acervo da
escola.
"Eu lido com o vídeo em casa,
mas na escola tem de gravar, ajustar a antena e ninguém me ensinou", conta Rosa Maria Sevile,
uma das coordenadoras pedagógicas da escola.
Falta de treinamento não é a única reclamação de Rosa. Os professores da escola, segundo ela, dão
aulas em outros colégios e não têm
tempo de usar o vídeo. Os dois
coordenadores pedagógicos, que
funcionam como elo entre os professores e a direção, têm de cuidar
do conteúdo dos cursos para 1.800
alunos -e também não têm tempo de gravar os programas.
Para completar, a antena é temperamental -tem dias que funciona e outros não.
Rosa, que fez os cursos de pedagogia e letras, não é uma exceção.
Ninguém sabe ao certo quantos
são os professores analfabetos em
vídeo, mas eles são o calcanhar de
Aquiles do TV Escola.
Rosa acha que a melhor saída para a deficiência não é treinamento.
"Os programas do TV Escola são
excelentes, mas a Oficina Pedagógica da Secretaria da Educação deveria nos entregar a fita pronta.
Não tenho vergonha de pedir isso
porque conheço vários professores que não mexem no vídeos".
A coordenadora do TV Escola
em São Paulo, Maria Christina de
Almeida, classifica a proposta de
absurda. "Cada escola tem de ter
uma estratégia para gravar os programas. Não vamos pagar pessoas
para fazer isso."
A estratégia de Maria Christina
será criar pólos de treinamento no
Estado para coordenadores pedagógicos e diretores. Eles repassariam o conhecimento para os professores de suas escolas.
(MCC)
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