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Viga central pode ter partido ao meio
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
Análises preliminares feitas por
peritos do IC (Instituto de Criminalística) indicam que a viga central do templo da Igreja Universal
de Osasco, que tinha 40 metros de
comprimento, pode ter quebrado
ao meio, provocando o desabamento de parte do telhado.
Na linguagem técnica, a viga teria atingido o seu limite de ruptura. O que se procura saber agora é
o que motivou o aumento da envergadura precoce da madeira,
uma vez que a hipótese de envelhecimento está quase descartada.
Caso essa linha de raciocínio esteja correta, aumentam as chances
de terem ocorrido erro de engenharia na montagem ou reforma
da armação ou sobrecarga da estrutura, que teria vindo abaixo
impulsionada por um fenômeno
conhecido como ressonância (leia
texto nesta página).
A tragédia também poderia ter
sido provocada por uma junção
desses fatores, somando-se a eles,
também, a infiltração de água, que
poderia reduzir a resistência da
madeira. Essa é a principal hipótese trabalhada pelos peritos.
Segundo o IC, qualquer tipo de
madeira tem uma envergadura
natural, que vai aumentando com
o passar do tempo. No caso da peroba -a madeira usada na estrutura do templo-, a vida útil, se
não houver alguma intervenção,
gira entre 80 e 100 anos.
Os peritos acham pouco provável que a estrutura do telhado tenha vindo abaixo por causa do revestimento acústico que estava
pendurado nele. Isso porque o
material recolhido para análise é
considerado leve, ou seja, a viga
poderia suportar sem problemas.
Trincas
Segundo o IC, a principal tesoura (conjunto de peças de madeira
que sustenta a cobertura de um
edifício) e a extremidade da viga
central do templo apresentam
trincas, algumas aparentemente
antigas. Os próprios peritos descartam, em princípio, que essa teria sido a causa do acidente, pois
qualquer madeira trinca um pouco com o tempo. No entanto, se as
rachaduras forem muito antigas,
elas também contribuiriam para
reduzir a resistência da madeira.
Ontem, o IC iniciou os testes que
vão indicar se a estrutura foi armada de forma a suportar o peso
do telhado, seu próprio peso e as
possíveis vibrações internas e externas do prédio. Segundo técnicos, o pé-direito (distância entre o
piso e o teto) do edifício -cerca
de 20 metros- contribui para a
propagação de vibrações internas.
Externamente, a madeira recolhida pelo IC está em boas condições. As análises internas só serão
feitas após os testes de resistência.
Os peritos avaliaram as pilastras
de concreto que sustentavam as
vigas e, aparentemente, não detectaram qualquer problema nelas.
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