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EDUCAÇÃO
Em 99, problema atingiu 82% de 520 escolas de SP; governo diz que tem projeto para reduzir números
Cresce violência em escolas, diz estudo
ANTÔNIO GOIS
da Reportagem Local
No ano passado, 82% de 520 escolas estaduais de São Paulo sofreram algum tipo de violência. É
o que mostra o estudo Violência
nas Escolas, do Udemo (Sindicato
de Especialistas em Educação do
Magistério Oficial do Estado de
São Paulo).
Na opinião de 40% dos diretores ouvidos no levantamento, a
violência aumentou em 1999. Para 32% dos diretores, ela manteve
o mesmo nível dos anos anteriores, enquanto apenas 28% afirmaram que ela diminuiu.
Os casos mais comuns são de
depredações a móveis, lâmpadas,
vidros e outros objetos da escola.
Esse tipo de violência aconteceu
em 72% das escolas. As brigas
(62%) e pichações (53%) também
foram lembradas pelos diretores.
O que mais impressionou o presidente do Udemo, Roberto Augusto Leme, no entanto, foi o
grande número de casos de explosões de bombas em escola.
Quase a metade dos diretores ouvidos (48%) afirmou ter acontecido um caso de explosão de bomba em banheiros ou telhados na
sua escola.
"Geralmente, são bombas caseiras, feitas pelos alunos. Mesmo
assim, elas assustam, fazem estragos e podem ferir alguém gravemente", afirma Leme.
Um dos fenômenos mais preocupantes nas escolas, segundo Leme, é a formação de gangues de
alunos, que brigam entre si e, às
vezes, chegam até a ameaçar os
diretores. "Já recebemos denúncias até de professores que têm
medo de sair sozinhos da escola e
esperam os colegas para poder ir
para a casa em grupo", diz o presidente do Udemo.
Metodologia
Para chegar a esses resultados, o
Udemo enviou questionários a
todas as 6.400 escolas estaduais de
São Paulo. Enviaram respostas,
no período de 16 de novembro a 3
de dezembro, 520 diretores, o que
representa 8% do total.
Essa é a quinta edição da pesquisa e foi a primeira vez que o
Udemo ampliou o estudo para todo o Estado (as pesquisas anteriores eram restritas ao interior ou à
capital).
"Vamos entregar o resultado da
pesquisa para as secretarias de
Educação e de Segurança Pública
de São Paulo", diz o presidente do
Udemo.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação informou que um dos projetos desenvolvidos pelo Governo do Estado para diminuir a violência nas
escolas é o Parceiros do Futuro,
lançado em agosto do ano passado na capital.
O objetivo do projeto é criar
melhores condições de inserção
dos jovens na sociedade, afastando-os da marginalização. Em 102
regiões da capital e da Grande São
Paulo, são realizadas em escolas,
nos fins de semana, atividades esportivas e culturais. Uma das propostas do Parceiros do Futuro é
trazer a comunidade (moradores,
comerciantes, pais de alunos) para dentro da escola.
Os técnicos da secretaria informaram que não comentariam a
pesquisa porque ainda não receberam, oficialmente, o estudo do
Udemo.
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