São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2000


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Colégios tiveram 24 mortes

da Reportagem Local

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, só na capital, foram registrados no ano passado sete casos de disparos com armas de fogo, 22 de porte de entorpecentes e 16 de porte ilegal de arma nas escolas estaduais.
O que mais chamou a atenção da opinião pública, no entanto, foram as mortes de alunos nas escolas. Não há dados oficiais, mas foram divulgados pela imprensa pelo menos 24 casos de mortes em estabelecimentos de ensino em São Paulo no ano passado.
Foram casos como o de Jair Galasso Filho, 17, morto no ano passado com um tiro no peito na escola estadual Professor Rafael Leme Franco, em Ribeirão Preto.
O principal suspeito do crime foi um jovem de 13 anos, também aluno da escola. O jovem teria matado Jair após uma discussão, no lado de fora do muro da quadra da escola.
Em setembro do ano passado, o estudante André Luiz dos Santos, 19, foi assassinado com cinco tiros na saída da escola estadual Edith Silveira Dalmasão.
Os professores também foram alvos da violência. Nesse mesmo mês, a professora Vasiliki Tritsis Cadamuro, 35, foi morta com quatro tiros no estacionamento da escola municipal João Naoki Sumita, na zona leste de São Paulo
O assessor de comunicação da Polícia Militar de São Paulo, capitão Edson Sardano, afirma que os casos de violência na escola estão diminuindo: "A polícia iniciou um programa específico para escolas em 1998. A partir de então, os crimes estão diminuindo. Ainda não é o ideal, mas estamos melhorando"
Sardano diz que a Polícia Militar colocou, em 1999, um policial em cada escola, além de ter intensificado as rondas perto dos estabelecimentos de ensino estaduais.
"A maioria desses policiais é de mulheres, que foram treinadas especificamente para isso", afirma Sardano. Quanto aos casos de depredação e pichação, Sardano afirma que a maioria deles acontece à noite ou nos finais de semana, quando o policiamento é menor, já que não há movimento.
Para combater o problema, a principal solução apresentada pelos diretores é fazer projetos de conscientização e valorização da escola em parceria com pais, alunos e a comunidade.
Essa prática, já testada em algumas escolas, diminuiu a violência, o número de pichações e até melhorou os indicadores de repetência e evasão. Foi o que aconteceu na escola estadual Professor Renato de Arruda Penteado, em Jardim Carambé. "Chamamos os pais, alunos e a comunidade para estudar soluções em conjunto. Com isso, mostramos a eles que a escola é de todos. Conseguimos acabar com a violência aqui sem precisar colocar policias por toda a escola", afirma a diretora Eliana Bernardes de Mello, 50.



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