São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÁFIA DA PROPINA
Medida é baseada na acusação de porte ilegal de armas; filho é acusado pelo mesmo crime
Ministério Público denuncia Maria Helena

JOÃO CARLOS SILVA
CHICO DE GÓIS
da Reportagem Local

A vereadora paulistana Maria Helena Fontes (PL) foi denunciada ontem pelo Ministério Público sob a acusação de porte ilegal de armas. Na denúncia (acusação formal), o filho da vereadora Paulo Rogério Pereira Neme é denunciado sob a acusação de ter cometido o mesmo crime.
Para a parlamentar e seu filho serem processados, a Justiça precisa acatar a denúncia feita ontem pelo Ministério Público. O caso vai correr na 7ª Vara Criminal.
Maria Helena, que está presa desde o último dia 21, já responde a processos na Justiça em outros dois casos.
Em um deles, ela é acusada de peculato (desvio de dinheiro público), coação de testemunhas e formação de quadrilha ou bando.
O processo envolve acusação de retenção de salários e de vale-transporte de funcionários do gabinete dela na Câmara, uso irregular de carro público e ameaças contra duas testemunhas que depuseram contra ela na polícia.
No outro caso, ela responde por calúnia e tentativa de denunciação caluniosa (acusação falsa) contra os promotores Roberto Porto e José Carlos Blat e o delegado Romeu Tuma Júnior, que investigam a máfia da propina.
Na investigação, estão sendo apurados casos de irregularidades na administração que surgiram em uma denúncia em dezembro de 98.
Maria Helena acusa Blat, Porto e Tuma de terem pedido R$ 200 mil a ela para relaxar sua prisão em flagrante. Eles negam a acusação e entraram na Justiça para processá-la.
O caso ocorreu no dia em que nove armas foram achadas em uma busca na casa da parlamentar, em agosto de 99.
Na ocasião, foram encontrados quatro revólveres calibre 38, quatro calibre 32, duas garruchas, carregadores de pistolas 9 mm e revólver calibre 45 e 90 balas intactas. A vereadora e seu filho, que está em liberdade, não tinham autorização para portar o armamento. Na época, ela não ficou presa.
A Folha procurou ontem os dois advogados da vereadora, Ricardo Saiyeg e Paulo Cunha Bueno, para falar sobre a nova denúncia. Eles não responderam aos recados deixados pela reportagem.

Comissão
A comissão processante que analisa as denúncias contra a vereadora na Câmara reúne-se hoje para "organizar uma agenda", como definiu o presidente, Paulo Frange (PTB). Ele disse que a vereadora tem dez dias para apresentar sua defesa prévia. O prazo vence dia 17. "A partir daí, teremos cinco dias para dar um parecer sobre a defesa."



Texto Anterior: Pai de aluno desiste de vaga
Próximo Texto: Transporte: Perueiro é preso ao fugir de blitz
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.