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MÁFIA DA PROPINA
Medida é baseada na acusação de porte ilegal de armas; filho é acusado pelo mesmo crime
Ministério Público denuncia Maria Helena
JOÃO CARLOS SILVA
CHICO DE GÓIS
da Reportagem Local
A vereadora paulistana Maria
Helena Fontes (PL) foi denunciada ontem pelo Ministério Público
sob a acusação de porte ilegal de
armas. Na denúncia (acusação
formal), o filho da vereadora Paulo Rogério Pereira Neme é denunciado sob a acusação de ter cometido o mesmo crime.
Para a parlamentar e seu filho
serem processados, a Justiça precisa acatar a denúncia feita ontem
pelo Ministério Público. O caso
vai correr na 7ª Vara Criminal.
Maria Helena, que está presa
desde o último dia 21, já responde
a processos na Justiça em outros
dois casos.
Em um deles, ela é acusada de
peculato (desvio de dinheiro público), coação de testemunhas e
formação de quadrilha ou bando.
O processo envolve acusação de
retenção de salários e de vale-transporte de funcionários do gabinete dela na Câmara, uso irregular de carro público e ameaças
contra duas testemunhas que depuseram contra ela na polícia.
No outro caso, ela responde por
calúnia e tentativa de denunciação caluniosa (acusação falsa)
contra os promotores Roberto
Porto e José Carlos Blat e o delegado Romeu Tuma Júnior, que investigam a máfia da propina.
Na investigação, estão sendo
apurados casos de irregularidades na administração que surgiram em uma denúncia em dezembro de 98.
Maria Helena acusa Blat, Porto
e Tuma de terem pedido R$ 200
mil a ela para relaxar sua prisão
em flagrante. Eles negam a acusação e entraram na Justiça para
processá-la.
O caso ocorreu no dia em que
nove armas foram achadas em
uma busca na casa da parlamentar, em agosto de 99.
Na ocasião, foram encontrados
quatro revólveres calibre 38, quatro calibre 32, duas garruchas,
carregadores de pistolas 9 mm e
revólver calibre 45 e 90 balas intactas. A vereadora e seu filho,
que está em liberdade, não tinham autorização para portar o
armamento. Na época, ela não ficou presa.
A Folha procurou ontem os
dois advogados da vereadora, Ricardo Saiyeg e Paulo Cunha Bueno, para falar sobre a nova denúncia. Eles não responderam aos recados deixados pela reportagem.
Comissão
A comissão processante que
analisa as denúncias contra a vereadora na Câmara reúne-se hoje
para "organizar uma agenda", como definiu o presidente, Paulo
Frange (PTB). Ele disse que a vereadora tem dez dias para apresentar sua defesa prévia. O prazo
vence dia 17. "A partir daí, teremos cinco dias para dar um parecer sobre a defesa."
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