São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2000


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ACIDENTE
Tenente-coronel afirma que demora pode possibilitar vazamento de óleo
Texaco adia resgate de balsa no PA

FERNANDA SANTIAGO
da Agência Folha

A Texaco decidiu adiar de ontem para o fim-de-semana o resgate da balsa Miss Rondônia que afundou no rio Pará na sexta-feira em Vila do Conde (20 km de Belém-PA). A embarcação está carregada com 1.920 toneladas de óleo combustível BPF.
A demora para trazer à tona a balsa aumenta a probabilidade de um vazamento do óleo, apesar de os riscos de derramamento serem pequenos, segundo Permínio Pascoal Costa Filho, diretor de Meio Ambiente da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará.
"Em baixa temperatura, o BPF fica pastoso e o rio tem cerca de 20 C", explicou Costa. "Além disso, a balsa não se moveu e pode ser comparada a um reservatório submerso."
José Ferreira Amim, diretor-regional da Texaco, também diz que os riscos de vazamento são pequenos. Ele informou que a operação de resgate será realizada com a presença dos mergulhadores holandeses da Smith American Inc., empresa especializada em resgate de embarcações.
Os mergulhadores, que estavam sendo esperados ontem em Vila do Conde, vão examinar a localização do combustível e as condições da balsa, além de fazer um estudo das correntezas do rio. "Somente depois disso é que será colocado em prática o plano do resgate", disse Amim.
A Texaco também está aguardando equipamentos de resgate, que virão de avião da Holanda.
De acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Marcos Aurélio Aquino Lopes, a retirada da embarcação do fundo do rio deveria ocorrer o mais rápido possível para evitar um derramamento do óleo.
"A balsa está sofrendo ação das fortes correntezas do rio Pará", afirmou. Mas ele reconhece que os mergulhadores são indispensáveis "para que tudo seja feito com segurança".
Esse tipo de resgate de barcos é comum na região, mas é a primeira vez que uma embarcação com óleo será retirada das águas, de acordo com Costa Filho.
A Miss Rondônia tem 70 metros de comprimento, 15 metros de largura, 2,5 metros de profundidade e capacidade para transportar 2.500 toneladas.

Operação Preventiva
A Texaco está montando uma operação preventiva para minimizar os danos ambientais, caso ocorra vazamento do BPF.
A empresa está colocando no rio uma barreira de 1.200 metros, formada por bóias infláveis, para reter os resíduos do óleo. Esses resíduos serão retirados do rio por homens em uma lancha da empresa.
Como o BPF é denso, serão colocados sacos de areia no fundo do rio para absorvê-lo, caso haja vazamento, evitando que o óleo fique depositado no leito do Pará.



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