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ACIDENTE
Tenente-coronel afirma que demora pode possibilitar vazamento de óleo
Texaco adia resgate de balsa no PA
FERNANDA SANTIAGO
da Agência Folha
A Texaco decidiu adiar de ontem para o fim-de-semana o resgate da balsa Miss Rondônia que
afundou no rio Pará na sexta-feira
em Vila do Conde (20 km de Belém-PA). A embarcação está carregada com 1.920 toneladas de
óleo combustível BPF.
A demora para trazer à tona a
balsa aumenta a probabilidade de
um vazamento do óleo, apesar de
os riscos de derramamento serem
pequenos, segundo Permínio
Pascoal Costa Filho, diretor de
Meio Ambiente da Secretaria
Executiva de Ciência, Tecnologia
e Meio Ambiente do Pará.
"Em baixa temperatura, o BPF
fica pastoso e o rio tem cerca de
20 C", explicou Costa. "Além
disso, a balsa não se moveu e pode
ser comparada a um reservatório
submerso."
José Ferreira Amim, diretor-regional da Texaco, também diz que
os riscos de vazamento são pequenos. Ele informou que a operação de resgate será realizada
com a presença dos mergulhadores holandeses da Smith American Inc., empresa especializada
em resgate de embarcações.
Os mergulhadores, que estavam
sendo esperados ontem em Vila
do Conde, vão examinar a localização do combustível e as condições da balsa, além de fazer um
estudo das correntezas do rio.
"Somente depois disso é que será
colocado em prática o plano do
resgate", disse Amim.
A Texaco também está aguardando equipamentos de resgate,
que virão de avião da Holanda.
De acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Marcos Aurélio Aquino Lopes, a retirada da embarcação do fundo do
rio deveria ocorrer o mais rápido
possível para evitar um derramamento do óleo.
"A balsa está sofrendo ação das
fortes correntezas do rio Pará",
afirmou. Mas ele reconhece que
os mergulhadores são indispensáveis "para que tudo seja feito
com segurança".
Esse tipo de resgate de barcos é
comum na região, mas é a primeira vez que uma embarcação com
óleo será retirada das águas, de
acordo com Costa Filho.
A Miss Rondônia tem 70 metros
de comprimento, 15 metros de
largura, 2,5 metros de profundidade e capacidade para transportar 2.500 toneladas.
Operação Preventiva
A Texaco está montando uma
operação preventiva para minimizar os danos ambientais, caso
ocorra vazamento do BPF.
A empresa está colocando no
rio uma barreira de 1.200 metros,
formada por bóias infláveis, para
reter os resíduos do óleo. Esses resíduos serão retirados do rio por
homens em uma lancha da empresa.
Como o BPF é denso, serão colocados sacos de areia no fundo
do rio para absorvê-lo, caso haja
vazamento, evitando que o óleo
fique depositado no leito do Pará.
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