São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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EDUCAÇÃO
EUA abrem pós-graduação em administração no Brasil

FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local

Começou na semana passada em São Paulo o primeiro curso de pós-graduação em administração oferecido no país por uma universidade norte-americana.
É um MBA (Master in Business Administration) da Universidade de Michigan -uma das dez universidades mais disputadas dos EUA. Reúne, nessa primeira edição, 41 executivos, selecionados entre 90 candidatos.
Eles foram apresentados por dez empresas instaladas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O programa terá três anos de duração, intercalando aulas por videoconferência (professores nos EUA dão aulas ao vivo para os alunos no Brasil), visitas dos 15 profissionais do programa ao país e um semestre de estágio dos brasileiros no campus da universidade.
Preço do pacote: R$ 50 mil por aluno -em torno de 10% a mais do que custaria nos EUA.
"A grande vantagem é que os alunos poderão continuar trabalhando nas suas empresas. Em geral, quando os brasileiros vão fazer um MBA nos Estados Unidos, têm de parar de trabalhar", diz John Mein, vice-presidente executivo da Câmara Americana de Comércio, co-promotora do curso.
O programa já existe há seis anos em Hong Kong e, há três, na Coréia.
"O Brasil foi selecionado porque está se tornando uma das economias mais importantes e dinâmicas do mundo", afirma o diretor da Business School da Universidade de Michigan, Joseph White, que esteve em São Paulo para a abertura dos trabalhos.
"Também encontramos aqui companhias preocupadas em desenvolver o potencial do seu pessoal. Temos um grupo de profissionais muito promissor, na faixa dos 28 a 35 anos", acrescenta.
O curso surgiu por uma iniciativa bilateral. No Brasil, a Câmara Americana de Comércio inaugurou há pouco sua nova sede (na zona sul de São Paulo), com a tecnologia necessária para esse tipo de curso, e estava buscando um parceiro. Nos EUA, as instituições de ensino superior estão se globalizando, em busca de novos mercados.
Parceria
Outro exemplo dessa globalização é o contrato que deve ser assinado até o próximo mês entre instituições de pesquisa do Estado de São Paulo e o MIT (Instituto Massachusetts de Tecnologia), dos EUA, para desenvolvimento de projetos em parceria com indústrias multinacionais. Deve consumir R$ 6 milhões em dois anos.
Além das transformações econômicas mundiais, os avanços tecnológicos de comunicação e informática também são determinantes na globalização do conhecimento.
"A realização desse tipo de curso não seria possível na década de 80", afirma o diretor da Business School da Universidade de Michigan.



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