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OPINIÃO
Cursos sequenciais
MAGNO DE AGUIAR MARANHÃO
Um novo e importante conceito
foi introduzido na legislação educacional brasileira pela nova Lei de
Diretrizes e Bases (LDB). São os
cursos sequenciais, caracterizados
como de nível superior, embora
não se identifiquem com os de
graduação.
São cursos de menor duração do
que os de graduação e que não
precisam nem de reconhecimento, nos casos de destinação coletiva e quando tiverem duração inferior a dois anos.
Em vez de concebidos em torno
das tradicionais áreas de conhecimento (ciências matemáticas,
geociências, ciências humanas
etc.), esses cursos são montados
por campos, que podem incluir
desde um recorte específico das
áreas técnico-profissionais e suas
aplicações até a articulação de elementos de mais de uma delas.
A concepção e a implementação
dos cursos sequenciais, flexíveis e
abertos, como estabelece o parecer do CNE, atenderão às demandas dos mais diversos segmentos
sociais, podendo ser frequentados
por portadores de certificado de
conclusão de nível médio.
No caso de destinação individual, o curso será organizado pelo
próprio aluno, que escolherá, com
aval da instituição, disciplinas
dentre as oferecidas em cursos de
graduação regulares e reconhecidos. A admissão se dará mediante
processo seletivo definido pela
instituição, além de outros requisitos que ela possa estabelecer.
Alguns regulares de graduação
também podem seguir cursos sequenciais nas instituições onde estudem, desde que atendam aos requisitos estabelecidos.
Os concluintes, tanto na modalidade individual quanto na coletiva, terão direito a certificado de
conclusão, no qual constarão os
nomes das disciplinas, as respectivas cargas horárias e as datas em
que foram seguidas.
É importante destacar que esses
cursos podem incluir elementos
de mais de uma área do conhecimento, assim como em uma delas
estarem contidos, desde que se
consiga desenhar uma lógica.
Feita essa síntese, vamos abordar as vantagens. Não se pode negar, por exemplo, que os cursos
sequenciais são uma versão mais
livre das faculdades, em que o aluno define seus interesses, com base no que lhe oferecem.
A nova modalidade é uma ótima
opção para o estudante que, tendo
concluído o ensino médio, deseja
buscar, ampliar ou atualizar seu
conhecimento, em variado grau
de extensão ou profundidade, frequentando o ensino superior sem
necessariamente ingressar num
curso de graduação.
Por outro lado, a ausência de delineamento específico para os novos cursos convida a inovações
que atendam às demandas por ensino pós-médio (pós-secundário)
oriundas dos mais diferentes setores sociais, abrindo espaço para
indispensável diversificação do
ensino superior.
A inovação também é boa para
as instituições, que registram altos
índices de evasão nos cursos de
graduação.
Magno de Aguiar Maranhão, 49, é reitor do
Centro Universitário Augusto Motta, no Rio
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