São Paulo, sábado, 09 de abril de 2005

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MASSACRE NA BAIXADA

Gol emprestado por amigo de Carvalho tinha cápsulas compatíveis com as de locais de assassinatos

Soldado diz que usou em viagem carro que perícia liga a crime

TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em depoimento ontem na polícia, o principal acusado de ter participado da chacina na Baixada Fluminense que deixou 30 pessoas mortas, o soldado Carlos Jorge de Carvalho, confirmou ter pego emprestado o Gol prata no qual foram encontradas cápsulas compatíveis com outras encontradas nos locais dos crimes.
Carvalho, que negou a participação no massacre, declarou ter pedido o veículo ao comerciante Marcos Antônio de Souza Carneiro, seu amigo de infância, para ir à Barra de São João, em Rio das Ostras (norte fluminense).
O Gol do comerciante, apreendido no começo da semana, estava no centro de Belford Roxo. Os policiais chegaram a ele a partir de informação passada pelo serviço Disque-Denúncia. Carneiro negou participação no crime.
Na terça-feira, em entrevista à Folha, a mulher do soldado, Suelen dos Santos, afirmou que o marido, na noite dos assassinatos, estava com ela em casa (Belford Roxo, Baixada). Depois, que viajara com ele para Barra de São João.
O delegado Roberto Cardoso, da 58ª Delegacia de Polícia, afirmou que o depoimento não o convenceu porque, em em Barra de São João, constatou que o policial não aparecia no local há pelo menos dez dias. Segundo ele, o policial disse que só foi para Barra de São João pelo menos seis horas antes da matança.
O advogado de Carvalho, Marco Antônio Gouveia de Faria, disse que as cápsulas encontradas no Gol prata foram localizadas após uma segunda vistoria, mas disse não saber se foram plantadas.
As jóias encontradas na casa do policial na última segunda-feira e que foram reconhecidas inicialmente como sendo da vendedora Mara Valéria Bittencourt, desaparecida desde dezembro do ano passado, seriam da família de seu cliente, disse o advogado.
"Os casos de grande repercussão tomam o caminho que o secretário de Segurança quer dar", afirmou ainda o defensor.


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