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MASSACRE NA BAIXADA
Gol emprestado por amigo de Carvalho tinha cápsulas compatíveis com as de locais de assassinatos
Soldado diz que usou em viagem carro que perícia liga a crime
TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em depoimento ontem na polícia, o principal acusado de ter
participado da chacina na Baixada Fluminense que deixou 30 pessoas mortas, o soldado Carlos Jorge de Carvalho, confirmou ter pego emprestado o Gol prata no
qual foram encontradas cápsulas
compatíveis com outras encontradas nos locais dos crimes.
Carvalho, que negou a participação no massacre, declarou ter
pedido o veículo ao comerciante
Marcos Antônio de Souza Carneiro, seu amigo de infância, para ir à
Barra de São João, em Rio das Ostras (norte fluminense).
O Gol do comerciante, apreendido no começo da semana, estava no centro de Belford Roxo. Os
policiais chegaram a ele a partir de
informação passada pelo serviço
Disque-Denúncia. Carneiro negou participação no crime.
Na terça-feira, em entrevista à
Folha, a mulher do soldado, Suelen dos Santos, afirmou que o marido, na noite dos assassinatos, estava com ela em casa (Belford Roxo, Baixada). Depois, que viajara
com ele para Barra de São João.
O delegado Roberto Cardoso,
da 58ª Delegacia de Polícia, afirmou que o depoimento não o
convenceu porque, em em Barra
de São João, constatou que o policial não aparecia no local há pelo
menos dez dias. Segundo ele, o
policial disse que só foi para Barra
de São João pelo menos seis horas
antes da matança.
O advogado de Carvalho, Marco Antônio Gouveia de Faria, disse que as cápsulas encontradas no
Gol prata foram localizadas após
uma segunda vistoria, mas disse
não saber se foram plantadas.
As jóias encontradas na casa do
policial na última segunda-feira e
que foram reconhecidas inicialmente como sendo da vendedora
Mara Valéria Bittencourt, desaparecida desde dezembro do ano
passado, seriam da família de seu
cliente, disse o advogado.
"Os casos de grande repercussão tomam o caminho que o secretário de Segurança quer dar",
afirmou ainda o defensor.
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