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ADMINISTRAÇÃO
Menor alíquota do Imposto Sobre Serviços traria de volta empresas que migraram para cidades vizinhas
Pitta propõe redução do ISS em São Paulo
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo quer
reduzir o ISS (Imposto Sobre Serviços) para tentar trazer de volta
para a cidade as empresas que migraram para municípios vizinhos.
A entrada da prefeitura na
"guerra fiscal" entre os municípios foi anunciada ontem pelo
prefeito Celso Pitta (PPB) e pelo
secretário do Planejamento, Guilherme Afif Domingos (PFL).
Essa é a segunda vez, em um
ano, que Pitta afirma que vai adotar uma política tributária de redução da carga do ISS.
Em agosto do ano passado, o
prefeito já reclamava do fato de cidades vizinhas terem abaixado
suas alíquotas para atrair as empresas paulistanas, mas o secretário das Finanças, José Antonio de
Freitas, dizia ser contrário à simples redução do ISS.
"O Freitas é um técnico e, para
ele, deve ser apavorante pensar na
hipótese de redução das receitas
do município", diz Afif Domingos. "Mas isso não vai ocorrer,
porque vamos diminuir a alíquota, mas aumentaremos o número
de contribuintes."
Em alguns casos, nos municípios vizinhos, as alíquotas do ISS
chegam a ser de apenas 0,25% ou
0,5%, enquanto em São Paulo a
alíquota predominante é de 5%.
"Vamos fazer uma redução
drástica dos tributos para as empresas prestadoras de serviços sediadas no centro da cidade", afirma Afif. "Também vamos estabelecer uma política fiscal diferenciada para cada região."
Afif diz que respeita o princípio
de isonomia fiscal, mas existem
certas regiões que merecem uma
"atenção especial".
"A Constituição Federal fala
tanto em isonomia quanto em incentivos fiscais para determinadas
regiões", diz Afif. "A Lei Orgânica do Município não trata do assunto; portanto, o que não é proibido, é permitido."
Essa é, para o secretário do Planejamento, uma das principais receitas para a revitalização da economia da cidade -ao lado da
adoção do Simples, o imposto
simplificado para micro e pequenas empresas.
Afif pretende finalizar em 15 dias
o projeto de redução do ISS, que
precisa ainda ser aprovada na Câmara Municipal. Pitta vai depender dos votos de toda a bancada
governista -composta por 23 vereadores "fiéis" e 12 ex-rebeldes.
O líder do governo na Câmara,
Brasil Vita (PPB), é um dos defensores da redução da alíquota do
ISS. Ele diz conhecer empresas
que pagavam R$ 50 mil de ISS em
São Paulo e, após mudarem para
outros municípios, passaram a pagar cerca de R$ 8 mil.
Afif disse ainda que, em 60 dias,
vai "desengavetar" o projeto de
criação do pólo industrial da zona
leste, promessa de campanha de
Pitta que ainda não saiu do papel
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