LIA HAMA
da Reportagem Local

Não há remédio para pacientes portadores do vírus HIV nos centros de referência da Prefeitura de São Paulo. A denúncia é do Grupo de Incentivo à Vida (GIV), ONG que trata doentes com Aids.
Os centros de referência são desvinculados do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) e são especializados no atendimento de doenças infecto-contagiosas.
"É uma negligência da prefeitura", diz José Araujo, membro do GIV e diretor da Casa François Xavier Bagnud, que trata de crianças infectadas pelo vírus, no Campo Limpo (zona sul). Uma criança de 3 anos pegou pneumonia por falta do medicamento Bactrin nos centros da prefeitura, diz o diretor.
De acordo com Araujo, que também é soropositivo, os remédios que estão em falta são aqueles de profilaxia, ou seja, de prevenção às doenças como a pneumonia, que atacam o paciente com HIV.
O diretor diz que os remédios que são enviados pelo governo federal, como o coquetel anti-HIV, têm chegado normalmente.
O problema são aqueles de responsabilidade da Secretaria Municipal da Saúde, como o Bactrin. "Há um total descaso da prefeitura. Faz um mês que não recebemos medicamentos", reclama Araujo.

Solução
O problema da falta de remédios já está resolvido, diz o infectologista José Cláudio Domingos, coordenador do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids.
Domingos admite que os 15 centros da cidade estavam enfrentando a falta de medicamentos de profilaxia. O motivo seria o crescimento da demanda desses remédios. No último levantamento, feito em setembro de 97, foram registrados mais de 4.000 pacientes atendidos pelo programa.
A cada três meses, diz o infectologista, a demanda por remédios como o Bactrin cresce cerca de 30%. Segundo Domingos, o pedido para compra de remédios já foi atendido pela Secretaria da Saúde da prefeitura, que só espera a chegada dos medicamentos. "Até a semana que vem, o problema estará resolvido", diz o coordenador.



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