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EDUCAÇÃO
Paralisação deve ocorrer a partir de segunda-feira; decisão foi tomada em assembléia realizada ontem em São Paulo
Professores da rede estadual aprovam greve
LIA HAMA
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
Os professores da rede de ensino
estadual decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a
partir de segunda-feira. A decisão
foi tomada em uma assembléia,
ontem à tarde, na praça da República, em São Paulo.
Os professores reivindicam duas
coisas: a suspensão do decreto
42.965, de 27 de março, que dispõe
sobre a jornada de trabalho dos
professores e a restabelecimento
da grade curricular vigente até o
ano passado.
No entendimento da categoria, o
decreto muda os critérios de contratação dos ACTs, professores
admitidos em caráter temporário
-metade dos 240 mil docentes
que trabalham na rede. A outra
metade é composta por professores concursados.
O problema do decreto, dizem
os professores, reside no parágrafo 1º do artigo 16, que estabelece
que os ACTs serão dispensados ao
final do ano letivo. Assim, os docentes entenderam que todos os
ACTs estão sujeitos a serem demitidos quando terminarem as aulas, o que não ocorre atualmente.
A Secretaria de Estado da Educação informou em comunicado divulgado ontem que esta interpretação é "totalmente equivocada"
e reafirmou que "não existe nenhuma modificação na situação
funcional" dos ACTs.
A secretaria informou, por meio
de sua assessoria de imprensa, que
os ACTs continuarão a ser recontratados no início de cada ano letivo, conforme a disponibilidade de
vagas. Este é o critério adotado
atualmente.
A secretaria estima que, se houverem demissões, elas deverão
afetar uma minoria dos ACTs,
aqueles que estiverem substituindo professores em férias, em licença-maternidade ou em licença-prêmio.
A segunda reivindicação -restabelecimento da carga horária vigente até 97- tem por objetivo
possibilitar a recontratação de cerca de 25 mil ACTs que deixaram
de ser admitidos este ano (leia texto abaixo).
Os manifestantes ocuparam toda a área em frente ao prédio da
Secretaria da Educação. De acordo
com a Apeoesp (Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do
Estado de São Paulo), participaram da assembléia mais de 10 mil
professores de todo o Estado. A
Polícia Militar estima em 5.000 os
participantes.
Além da greve, os professores
decidiram realizar na segunda-feira e na terça-feira atividades nas
escolas para esclarecer pais e alunos sobre o movimento e suas reivindicações.
Depois da assembléia, eles saíram em passeata pelo centro de
São Paulo. Na próxima quinta-feira, haverá uma nova assembléia
na avenida Paulista.
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