São Paulo, sábado, 9 de maio de 1998

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Mudanças no ensino causam insatisfação

da Reportagem Local

As mudanças que a Secretaria da Educação vem realizando na estrutura e na gestão da rede de ensino durante o governo Mário Covas (PSDB) são a causa da insatisfação dos professores.
As mudanças começaram com a chamada reorganização da rede, a partir de 1996. As escolas passaram a agrupar alunos por faixa etária e foram divididas em três grupos -de 1ª a 4ª série, de 5ª a 8ª série e de 1ª a 3ª série do segundo grau. Antes, as escolas poderiam ter alunos de todas as idades.
Assim, uma professora de 5ª série, por exemplo, que antes dava aulas em várias escolas, tem as suas atividades concentradas em apenas uma delas, que trata especificamente daquela faixa etária.
Os professores não precisam mais se deslocar entre várias escolas para completar sua carga horária, o que consumia mais tempo e criava a necessidade de um número maior de professores na rede. Por isso, na avaliação da categoria, a mudança causou demissões.
No início do ano, foi implantada uma nova grade curricular. A mudança consistiu na redução do número de aulas dadas (de seis para cinco ao dia) e no aumento da sua duração (de 50 minutos para 60 minutos, dos quais 5 de intervalo).
Cada escola também pode definir parte do currículo, a partir das necessidades de seus alunos. Na prática, isso implicou redução da carga horária de algumas disciplinas como história, ciências e geografia e, consequentemente, a não-recontratação de professores.
A Secretaria da Educação estima que 25 mil ACTs não foram recontratados devido à mudança. A secretaria está implementando um processo de qualificação profissional, retirando da rede docentes sem licenciatura, caso de alguns ACTs em início de carreira. (MA)



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