São Paulo, sábado, 9 de maio de 1998

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JUSTIÇA

Promotor pede sindicância contra chefes da Polícia Civil

da Reportagem Local

O Ministério Público pediu que o Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) abra sindicância contra o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Paulo Braga Braun.
O motivo alegado pelo promotor Gabriel César Zacarias de Inellas é que, "indubitavelmente", Braun teria desobedecido a decisão liminar da Justiça que proibiu a entrada de novos presos com condenações definitivas nas celas das delegacias da cidade de São Paulo.
Além de Braun, o promotor pede a apuração das responsabilidades criminais e administrativas do diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), delegado Eduardo Hallage, e do delegado-titular do 3º DP, em Santa Ifigênia (região central).
A Folha procurou o delegado-geral ontem à noite e foi informada que Braun estava viajando. Sua assessoria informou que ele não deveria se manifestar sobre o caso antes de conhecer oficialmente o pedido da promotoria.
Segundo a representação, 11 presos com condenações definitivas foram postos nas celas do 3º DP de 16 a 29 de abril, conforme estaria registrado na lista de presos de 4 de maio daquela delegacia.
A entrada desses presos no 3º DP teria ocorrido após a decisão de 15 de abril da 12ª Vara da Fazenda Pública, que, além de proibir a inclusão de novos presos condenados nas delegacias da capital, determinava multa diária de R$ 100 mil em caso de desobediência.
Pela decisão, todo homem já condenado deveria ser mandado para as penitenciárias paulistas após a prisão. A decisão sobre a abertura ou não da sindicância para apurar a desobediência à ordem judicial caberá ao juiz-corregedor Maurício Lemos Porto Alves, diretor do Dipo, que deverá tomá-la na segunda-feira. (MG)


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