São Paulo, sábado, 9 de maio de 1998

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Polícia terá banco de dados digital

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo está desenvolvendo programas de informática que vão permitir a digitalização de fotografias, impressões digitais e informações de todas as pessoas do Estado que têm ficha criminal, presas ou não.
O objetivo, segundo o secretário interino da Segurança, Luiz Antonio Alves de Souza, é agilizar ao máximo as investigações policiais.
Quando esse banco de dados estiver pronto -ainda não há data definida para isso-, será possível levantar a ficha de um criminoso apenas com o seu retrato falado.
"Hoje, nós temos um banco de dados, da Prodesp (empresa de processamento de dados do Estado), que só tem os dados do preso, mas não tem a impressão digital e a foto", disse Alves de Souza.
De acordo com o secretário, a implantação dos programas irá consumir investimentos de R$ 6 milhões. Essa verba já está incluída no pacote de R$ 60 milhões que o Estado vai destinar para a informatização total da polícia.
"A criação desse banco de dados vai nos ajudar muito. Por exemplo, a polícia está investigando um ladrão de banco. Se tem um retrato falado do suspeito, ele é jogado no sistema, que localiza a foto. Pelos arquivos, e os programas já estão sendo preparados para isso, a polícia vai receber quais os cúmplices habituais desse ladrão, se tem algum preso ou não, endereços habituais etc."
Segundo Alves de Souza, os programas estão sendo desenvolvidos para alimentar a intranet (rede interna com as mesmas características da Internet) da Polícia Civil, que deve começar a ser implantada dentro de um mês.
A rede vai interligar todas as delegacias do Estado. Com isso, todos os telex da Polícia Civil vão ser aposentados, porque a troca de informações será feita on-line, via computador. Segundo o secretário, em breve essa rede vai ser incorporada pela Intraseg (Intranet da Segurança Pública), interligando todos os departamentos e unidades das Polícias Civil e Militar.
De acordo com o delegado José de Almeida Penteado, diretor do Detel (Departamento de Telemática) da Polícia Civil, a implantação só depende da entrega de uma central de informática e de um lote de 2.000 microcomputadores. Os equipamentos já foram comprados e custaram R$ 6,5 milhões.

Delegacia virtual
No futuro, segundo Alves de Souza, será possível registrar alguns tipos de crime, como furtos ou roubos de documentos, sem sair de casa, via Internet. Os projetos já estão em estudo.
"Mas esse é um passo um pouco mais demorado, porque a gente precisa de segurança contra violação de dados", disse o secretário.



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