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ADMINISTRAÇÃO
Proposta, já na Câmara, possibilita incluir nome de inadimplente nas listas de serviço de proteção ao crédito
Projeto de Serra pode levar devedor a ter crédito barrado
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Projeto apresentado pela gestão
José Serra (PSDB) na Câmara pode levar paulistanos inadimplentes com a prefeitura a entrar nas
temidas listas dos serviços de proteção ao crédito, como o SCPC
paulista e a Serasa (Centralização
de Serviços Bancários).
Esses cadastros de devedores
são utilizados para consulta por
milhares de empresas (no momento de liberar crédito para
compras) e por bancos (para conceder empréstimos, por exemplo). Ter o nome nessas listas pode dificultar ou mesmo bloquear
as transações financeiras.
A proposta, que chegou ao Legislativo em 10 de maio, cria o Cadin, Cadastro Informativo Municipal. O artigo 10 do projeto diz
que "o Executivo poderá firmar
convênios .... para compartilhamento das informações previstas
no artigo 5º da lei" -justamente
a identificação do devedor e a data de sua inclusão no cadastro.
O projeto diz que ficarão passíveis de inclusão no Cadin pendências com obrigações pecuniárias vencidas e não pagas. A prefeitura diz que, se aprovada, a lei
ainda precisará ser regulamentada. Mas por obrigações pecuniárias entende-se que podem estar
incluídos devedores de impostos,
multas e até taxas municipais.
Se aprovado como propôs o tucano, o Cadin dará um prazo de
cinco dias, contados da inadimplência, para que o cidadão ou a
empresa situada em São Paulo
quite seus débitos com a prefeitura -findo o qual o nome será incluído no cadastro.
Quem tiver o nome no Cadin ficará impedido de celebrar convênios ou contratos que envolvam
desembolso de dinheiro por parte
da prefeitura. E não ganhará incentivos fiscais e financeiros.
O projeto que cria o Cadin está
sendo criticado pelo PT, partido
da ex-prefeita Marta Suplicy e o
principal opositor de Serra no Legislativo. Segundo o líder petista
na Câmara, vereador João Antônio, até as concessionárias de serviços públicos concedem prazo
maior, de cerca de três meses, aos
clientes em atraso com o pagamento das contas de consumo de
água, luz e telefone, antes de cortar o fornecimento.
"Querem implantar no serviço
público da cidade mecanismos
semelhantes aos de empresas privadas que são movidas pela busca
do lucro. Mas uma prefeitura é diferente e deve ter outra postura."
Marcel Solimeo, superintendente da Associação Comercial de
São Paulo, diz que hoje em dia o
SCPC não tem convênios com nenhum órgão governamental -o
que está previsto no projeto.
"Nosso departamento jurídico
precisaria analisar para ver se esse
convênio é viável", diz Solimeo. O
SCPC tem 30 mil empresas cadastradas (aptas a fazer consultas em
suas listas) só no município de
São Paulo.
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