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Falta de luz quase fez com que Ronaldo Dias escapasse do cerco policial ao edifício, na Praia Grande
Facção bancou fuga do acusado pelo crime
DA REPORTAGEM LOCAL
Ronaldo Dias, o Chocolate, morava com a namorada havia pelo
menos 15 dias em um apartamento de luxo alugado pela facção criminosa PCC na Praia Grande, no
litoral paulista.
O plano da polícia, que chegou a
ele por meio de grampos telefônicos, era prendê-lo no início da tarde. Após dois dias de vigilância no
prédio, policiais descobriram que
ele costumava acordar às 16h.
Anteontem, porém, o porteiro
do prédio o acordou minutos antes da chegada da polícia para avisá-lo que a luz do apartamento tinha sido cortada por falta de pagamento. Chocolate pediu à namorada que saísse para quitar o
débito e foi à sacada da sala.
Dali, percebeu a movimentação
dos policiais e subiu para o 6º andar. Quando o Deic (Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado) estourou a
porta do quarto, por volta do
meio-dia, ele desceu correndo as
escadas.
No térreo, quase foi cercado por
um investigador, mas escapou e
voltou ao primeiro andar, de onde saltou para o telhado de uma
casa vizinha e sumiu.
Um detalhe da investigação ajudou a não perdê-lo, segundo o delegado Rui Ferraz Fontes. "Nós
identificamos o círculo de proteção dele", afirmou.
Por telefone, Chocolate pediu
ajuda a um homem. Queria uma
carona até São Paulo, de onde seguiria com a namorada para o
Rio.
A polícia se posicionou no ponto de encontro combinado por
eles, mas a dupla escapou.
O carro da fuga foi localizado na
rodovia Anchieta e seguido por
cerca de 50 km por uma equipe do
Deic. Em São Paulo, na saída do
túnel Maria Maluf, o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) parou o trânsito.
Chocolate acabou se entregando,
após seis horas de perseguição, ao
ouvir um disparo de fuzil.
Levado à delegacia, ele teria
contado que o PCC dividiu a cidade de São Paulo em regiões controladas por aliados, que levantam dinheiro para a facção por
meio do tráfico. Hoje, a cúpula da
organização criminosa é dominada por traficantes de drogas.
A namorada de Chocolate, que
não teve o nome divulgado, também foi presa pelo Deic.
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