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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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Falta de luz quase fez com que Ronaldo Dias escapasse do cerco policial ao edifício, na Praia Grande

Facção bancou fuga do acusado pelo crime

DA REPORTAGEM LOCAL

Ronaldo Dias, o Chocolate, morava com a namorada havia pelo menos 15 dias em um apartamento de luxo alugado pela facção criminosa PCC na Praia Grande, no litoral paulista.
O plano da polícia, que chegou a ele por meio de grampos telefônicos, era prendê-lo no início da tarde. Após dois dias de vigilância no prédio, policiais descobriram que ele costumava acordar às 16h.
Anteontem, porém, o porteiro do prédio o acordou minutos antes da chegada da polícia para avisá-lo que a luz do apartamento tinha sido cortada por falta de pagamento. Chocolate pediu à namorada que saísse para quitar o débito e foi à sacada da sala.
Dali, percebeu a movimentação dos policiais e subiu para o 6º andar. Quando o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) estourou a porta do quarto, por volta do meio-dia, ele desceu correndo as escadas.
No térreo, quase foi cercado por um investigador, mas escapou e voltou ao primeiro andar, de onde saltou para o telhado de uma casa vizinha e sumiu.
Um detalhe da investigação ajudou a não perdê-lo, segundo o delegado Rui Ferraz Fontes. "Nós identificamos o círculo de proteção dele", afirmou.
Por telefone, Chocolate pediu ajuda a um homem. Queria uma carona até São Paulo, de onde seguiria com a namorada para o Rio.
A polícia se posicionou no ponto de encontro combinado por eles, mas a dupla escapou.
O carro da fuga foi localizado na rodovia Anchieta e seguido por cerca de 50 km por uma equipe do Deic. Em São Paulo, na saída do túnel Maria Maluf, o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) parou o trânsito. Chocolate acabou se entregando, após seis horas de perseguição, ao ouvir um disparo de fuzil.
Levado à delegacia, ele teria contado que o PCC dividiu a cidade de São Paulo em regiões controladas por aliados, que levantam dinheiro para a facção por meio do tráfico. Hoje, a cúpula da organização criminosa é dominada por traficantes de drogas.
A namorada de Chocolate, que não teve o nome divulgado, também foi presa pelo Deic.


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