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HABITAÇÃO
Após decisão da Justiça, grupo teve de deixar local onde está o paço municipal e seguiu para outra praça de São Bernardo
No ABC, sem-teto são despejados pela 2ª vez
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez em dois dias,
integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
foram despejados. Na noite de anteontem, depois de deixarem o
terreno da Volkswagen, no bairro
Ferrazópolis, em São Bernardo do
Campo, eles acamparam no paço
municipal, no centro da cidade.
Uma comissão de coordenadores do MTST foi recebida pelo secretário de Habitação do município, Osmar Mendonça, mas a reunião acabou em troca de insultos.
Sem resposta positiva para as reivindicações, cerca de 150 sem-teto
resolveram permanecer na praça
Samuel Sabatini, onde está localizado o paço municipal. À tarde,
havia no local cerca de 400 pessoas, segundo a guarda civil.
Às 17h10, um oficial de Justiça,
acompanhado do major José
Quesada Farina, procurou os líderes do MTST para informá-los de
que os acampados deveriam deixar o local. A prefeitura entrou
com pedido de reintegração de
posse da praça pública.
A liminar foi concedida pelo
juiz Celso Alves Rezende, da 2ª
Vara Cível de São Bernardo do
Campo. Segundo a prefeitura, os
sem-teto terão de responder judicialmente por dano ao patrimônio e por incitação ao crime.
No final da tarde, os sem-teto
começaram a recolher seus pertences -colchões, lonas pretas e
alguns utensílios domésticos- e
se dirigiram para a praça da Matriz, famosa por ter abrigado manifestações de sindicalistas quando o presidente Lula era líder dos
metalúrgicos. Eles iriam dormir
no local, que estava sendo vigiado
pela PM e pela guarda civil.
Apuração
A Polícia Militar abriu ontem
inquérito administrativo para
apurar a agressão praticada por
policiais anteontem na via Anchieta. Na ação, sem-teto foram
obrigados a descer dos caminhões que transportavam seus
pertences e foram agredidos com
cassetetes e bombas de efeito moral. Quatro pessoas apresentaram
queixa à Corregedoria da PM.
O presidente da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo,
Laurentino Hilário (PSDB), baixou ato administrativo proibindo
a entrada de pessoas exceto funcionários e vereadores na Câmara. A medida foi adotada a partir
das 13h de ontem.
Hilário justificou a ação afirmando que havia ameaça de
bomba. O funcionário Abílio Alcântara Miranda havia registrado
um boletim de ocorrência no qual
afirmou que às 7h45 recebera um
telefonema no qual uma voz feminina dizia que, "se o prefeito não
receber representantes do MTST,
irão jogar uma bomba no prédio
da prefeitura após as 17h".
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