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"Não aguento mais essa vida"
DO "AGORA"
A aparência de cansaço e o
olhar triste da sem-teto Maria Helena dos Santos, 44, mostravam,
na tarde de ontem, como ela estava desiludida com a situação pela
qual vem passando. Como os outros invasores do terreno da
Volks, ela deixava o paço municipal de São Bernardo do Campo.
Santos conta que saiu da casa da
irmã, em Ferrazópolis, após uma
briga. "Desde quinta-feira, só comi dois pães com mortadela. Estou cansada e não aguento mais
essa vida sem destino. Fui para o
terreno da Volks achando que ia
conseguir o meu teto. Depois, fui
para o paço municipal, crente de
que lá teria mais uma chance. Mas
tudo, como sempre, deu errado."
De acordo com Ariel de Castro
Alves, da Comissão de Direitos
Humanos da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), na segunda-feira, sem-teto que teriam sido
agredidos por policiais militares
na reintegração de posse do terreno da Volks irão ao comando da
PM de São Bernardo tentar identificar os supostos agressores. A
Polícia Militar nega a acusação.
Segundo Castro, mais de 20 pessoas ficaram feridas.
Uma delas, Hans Michele, 36,
exibia a mão esquerda enfaixada
por causa da agressão. Sem-teto
disseram também que mulheres
foram feridas e que 14 pessoas estavam desaparecidas.
O major José Quesada Farina
afirmou que, até ontem, não tinha
conhecimento dos desaparecidos
porque não havia sido feito nenhum comunicado oficial.
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