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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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"Não aguento mais essa vida"

DO "AGORA"

A aparência de cansaço e o olhar triste da sem-teto Maria Helena dos Santos, 44, mostravam, na tarde de ontem, como ela estava desiludida com a situação pela qual vem passando. Como os outros invasores do terreno da Volks, ela deixava o paço municipal de São Bernardo do Campo.
Santos conta que saiu da casa da irmã, em Ferrazópolis, após uma briga. "Desde quinta-feira, só comi dois pães com mortadela. Estou cansada e não aguento mais essa vida sem destino. Fui para o terreno da Volks achando que ia conseguir o meu teto. Depois, fui para o paço municipal, crente de que lá teria mais uma chance. Mas tudo, como sempre, deu errado."
De acordo com Ariel de Castro Alves, da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), na segunda-feira, sem-teto que teriam sido agredidos por policiais militares na reintegração de posse do terreno da Volks irão ao comando da PM de São Bernardo tentar identificar os supostos agressores. A Polícia Militar nega a acusação.
Segundo Castro, mais de 20 pessoas ficaram feridas.
Uma delas, Hans Michele, 36, exibia a mão esquerda enfaixada por causa da agressão. Sem-teto disseram também que mulheres foram feridas e que 14 pessoas estavam desaparecidas.
O major José Quesada Farina afirmou que, até ontem, não tinha conhecimento dos desaparecidos porque não havia sido feito nenhum comunicado oficial.


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