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"Meu cliente é culpado", diz advogada
cotidiano
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
A advogada do motoboy Francisco de Assis Pereira, Maria Elisa Munhol, admitiu ontem, após
o encontro do corpo indicado
pelo acusado como sendo o de
Isadora Fraenkel, que seu cliente
é culpado, mas que ele é doente.
"Diante do depoimento do
Francisco à polícia e das provas
que existiam até então, eu afirmava que ele era inocente, mas
diante da revelação do local onde estava a ossada, eu tenho que
dizer que meu cliente é culpado,
que meu cliente é doente. Até
agora, ele confessou nove mortes", declarou a advogada ontem de manhã em frente ao
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), no
centro de São Paulo, em entrevista coletiva.
Francisco deveria prestar novo
depoimento na tarde de ontem
para confirmar sua confissão à
polícia. Até o fechamento desta
edição, o depoimento não havia
começado.
Segundo a advogada, uma psicóloga acompanharia o depoimento para começar a traçar um
perfil psicológico do acusado de
ser o maníaco do parque do Estado (zona sul de SP). De acordo
com ela, Pereira também passaria na tarde de ontem, após o depoimento, por uma bateria de
exames de sanidade mental.
Na quarta-feira passada, quando assumiu o caso, Maria Elisa
Munhol afirmou que não havia
provas suficientes contra seu
cliente e buscou alegar sua inocência.
Na sexta-feira, a advogada mudou a tese de defesa, passando a
afirmar que seu cliente tem um
"transtorno de personalidade e
de sexualidade".
"Ele é doente e é inimputável.
Foi, pelo menos, o que transpareceu para mim", declarou a advogada.
Busca
Segundo Maria Elisa, a operação da busca pelo corpo de Isadora na mata teria sido detonada
após telefonemas de policiais do
DHPP para sua casa após a
meia-noite de ontem.
"Me disseram que ele queria
falar comigo. A essa hora, eu liguei tudo."
Após admitir que matou nove
mulheres, Pereira se prontificou,
segundo a advogada, a ir ao parque do Estado mostrar o local
onde estava o corpo. Às 6h, a polícia partiu para o local.
Segundo a advogada, ela passar a defender a tese de inimputabilidade de seu cliente. Será pedida a instauração de "incidente
de insanidade". Seu cliente deverá ser submetido a uma perícia
para diagnosticar sua suposta
doença mental.
"Vou continuar defendendo o
Francisco como que oferecendo
uma ajuda a um doente. Sei que é
um caso antipático porque do lado de lá há pais e mães chorando", declarou.
Secretário
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, chegou à sede do DHPP às 11h50 de
ontem, mas não deu entrevistas.
Segundo policiais, ele proibiu a
entrada da imprensa no prédio
do DHPP.
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