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Empresário de Recife
é acusado por 78 mulheres
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
O empresário Eduardo Luís
Carneiro Ximenes, 45, condenado em Pernambuco a cerca
de 40 anos de prisão por crimes
sexuais, continua foragido,
seis anos após a Justiça ter proferido a primeira sentença
contra ele no Estado.
Ximenes, que teria fugido para os EUA e depois para Portugal, foi apontado como autor
de estupros e atentado violento
ao pudor por 78 mulheres.
Quinze delas deram queixa na
polícia, o que resultou na abertura de 13 processos.
Por não atender às convocações da Justiça, o empresário
foi condenado à revelia em sete
ações. As penas variaram de 3 a
13 anos de detenção. Quatro
processos foram arquivados e
dois aguardam julgamento.
O "caso Ximenes", como ficou conhecido, teve grande repercussão na época por envolver um comerciante de médio
porte, com nível superior, e
mulheres jovens de classe média. Na época, o empresário,
que pesava cerca de 150 kg, era
casado e proprietário de um
depósito de bebidas e de duas
lojas no Shopping Center Recife, o maior da cidade.
Segundo as vítimas, Ximenes
cometia os crimes dentro de
seu carro, em ruas desertas de
Boa Viagem, bairro nobre de
Recife. Ele usava óculos escuros e boné. As mulheres eram
abordadas na rua e obrigadas a
acompanhar o empresário, sob
a mira de um revólver.
O empresário teria começado
a agir com maior frequência a
partir de 1989, mas o caso só
veio à tona em 1990, após denúncia feita por uma de suas
vítimas. Ele foi preso, mas acabou sendo libertado horas depois, com um habeas corpus.
Segundo o advogado de Ximenes, Bráulio Lacerda, seu
cliente fugiu porque soube que
sua prisão preventiva seria decretada. "Ele tinha medo de
ser assassinado no presídio."
Lacerda afirma não ter "a
menor dúvida" de que o empresário é inocente. "Houve
uma histeria coletiva. Movimentos feministas se uniram
para transformá-lo no símbolo
do homem violento."
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