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Maioria conhece o agressor
da Reportagem Local
Apesar de causar pânico, os estupradores desconhecidos das vítimas representam o menor grupo
no total de abusos. Segundo pesquisa feita nos processos judiciais
publicada no livro "Estupro: Crime ou "Cortesia'?", 70% dos estupros foram praticados por pessoas que tinham ligação com a vítima. Desses, 26% eram amigos ou
conhecidos e 16%, pais.
O levantamento do Centro de
Referência da Saúde da Mulher
mostra dados semelhantes.
No caso das crianças, 75% dos
agressores são conhecidos, e 50%,
membros da família -na ordem,
pai, avô, padrasto e tio. Para as
adolescentes, esse percentual é de
33% e, para as adultas, 14%.
A pesquisa mostra ainda que a
maioria dos estupros de crianças
ocorre na casa da vítima (58%) ou
na do agressor (25%). Nas adolescentes, as agressões ocorrem próximo à residência (29%) ou no caminho da escola (22%). Nas adultas, 34% ocorrem perto de casa e
22%, na ida ao trabalho.
Os casos de abuso sexual em família são mais difíceis de ser denunciados, segundo explica a delegada da mulher, Márcia Salgado.
Um desses casos, segundo Márcia,
deixou-a com uma grande "sensação de impotência".
Uma menina de 16 anos denunciou o pai por manter relações sexuais com ela desde que tinha 8.
"Ela veio aqui com a mãe, que era
separada do marido. A menina
morava com o pai e fugiu. O pai
passou a fazer ameaças."
Márcia diz que pediu a prisão
preventiva do pai e aconselhou a
mãe e a menina a ficarem em um
abrigo. "Elas ficaram lá alguns
dias, mas era época de Natal, e a
mãe me ligou dizendo que não
aguentava mais ficar longe de casa.
Voltou. No mesmo dia, o ex-marido apareceu e matou a menina.
Foi horrível. Ela era uma menina
tão dócil."
(LM)
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