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Roteiro estimula turismo nos morros
DA SUCURSAL DO RIO
O interesse dos estrangeiros pela vida nas favelas cariocas levou
agências e guias a se especializarem nesse tipo de turismo.
A Rocinha, na zona sul, e a
Mangueira, na zona norte, costumam ser as mais visitadas.
Há três anos, a Rocinha, considerada a maior favela da América
Latina -com seus 100 mil habitantes, segundo as estatísticas oficiais-, recebe, em média, cerca
de 2.000 turistas por mês.
A maioria, 60%, é de norte-americanos. O passeio turístico
ao morro carioca custa em média
R$ 30. A duração é de quase duas
horas, nas quais o turista entra em
contato com a vida dos moradores da favela.
"No nosso roteiro, temos até
uma visita à casa de uma moradora, que serve cafezinho e tudo",
disse Rejane Reis, dona da agência Exotic Tours.
O turista é sempre estrangeiro.
"Brasileiro não visita favela. Os
turistas da América do Sul também não. Só quando vêm a trabalho, geralmente jornalistas", diz
Rejane. Há outras agências que
trabalham na Rocinha como a Favela Tours e a JeepTours.
Os maiores interessados são
professores, arquitetos e médicos.
"É completamente seguro", afirma a dona da Exotic.
"É claro que sei de gente que já
enfrentou problemas. Mas depende da maneira como você se
comporta. Tem pessoas que se
tornam antipáticas porque chegam com um grupo enorme e se
sentem mais seguras. Tiram fotografias de maneira inconveniente.
Os moradores não gostam. É preciso ir com jeitinho."
Rejane é coordenadora da Oficina de Turismo da Rocinha, que já
formou 37 guias locais, moradores da favela.
Cada guia recebe R$ 10 por passeio. É sempre um guia para cada
dois turistas. "Estabelecemos essa
proporção para que todos tenham oportunidade de ganhar",
diz Rejane.
A visita inclui passeio pelo comércio. Nenhum estrangeiro se
arrisca a comer petiscos nos botequins das favelas cariocas, nem
mesmo a provar bebidas, pois temem a qualidade da água que lava
os copos. "O que eles compram
mais é CDs, geralmente de samba
e pagode", afirma a proprietária
da Exotic.
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