São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2000

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Familiares de detentos denunciam agressões

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Familiares de presos denunciaram, ontem à tarde, à Comissão de Direitos Humanos da seção cearense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que os 250 policiais militares da Guarda de Choque que entraram no Instituto Paulo Sarasate pela manhã estariam agredindo os detentos para controlar a rebelião.
A denúncia foi confirmada por agentes penitenciários que trabalham no local e pediram para não ser identificados.
Integrantes da comissão tentaram entrar no presídio, mas foram impedidos pela Secretaria de Justiça, que alegou falta de segurança nos pavilhões.
A OAB entrou com um pedido na Justiça de realização de exame de corpo de delito de alguns presos para verificar se realmente houve agressões.
Há três semanas, outro grupo também não conseguiu entrar no IPPS para vistoriar a situação do presídio: a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
A comissão, presidida pelo deputado federal Marcos Rolim (PT-RS), deverá entregar, na próxima semana, um relatório sobre as condições dos demais presídios visitados no Estado.
Os deputados apuraram que os presos, em sua maioria, não têm comida e dormem empilhados uns sobre os outros por causa da superlotação.
"Era uma tragédia anunciada, e o governo é o responsável direto por isso", afirmou Rolim.

Outro lado
Segundo a Secretaria de Justiça do Estado, a Guarda de Choque da Polícia Militar estaria apenas "disciplinando" os presos para controlar a rebelião, sem praticar agressões.
"A Polícia Militar, de maneira alguma, cometeu qualquer arbitrariedade", disse a secretária Sandra Dond.
Os policiais deverão permanecer dentro do prédio do presídio até que todas as celas sejam reconstruídas. (KF)



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