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Familiares de detentos denunciam agressões
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Familiares de presos denunciaram, ontem à tarde, à Comissão
de Direitos Humanos da seção
cearense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que os 250
policiais militares da Guarda de
Choque que entraram no Instituto Paulo Sarasate pela manhã estariam agredindo os detentos para controlar a rebelião.
A denúncia foi confirmada por
agentes penitenciários que trabalham no local e pediram para não
ser identificados.
Integrantes da comissão tentaram entrar no presídio, mas foram impedidos pela Secretaria de
Justiça, que alegou falta de segurança nos pavilhões.
A OAB entrou com um pedido
na Justiça de realização de exame
de corpo de delito de alguns presos para verificar se realmente
houve agressões.
Há três semanas, outro grupo
também não conseguiu entrar no
IPPS para vistoriar a situação do
presídio: a Comissão de Direitos
Humanos da Câmara Federal.
A comissão, presidida pelo deputado federal Marcos Rolim
(PT-RS), deverá entregar, na próxima semana, um relatório sobre
as condições dos demais presídios
visitados no Estado.
Os deputados apuraram que os
presos, em sua maioria, não têm
comida e dormem empilhados
uns sobre os outros por causa da
superlotação.
"Era uma tragédia anunciada, e
o governo é o responsável direto
por isso", afirmou Rolim.
Outro lado
Segundo a Secretaria de Justiça
do Estado, a Guarda de Choque
da Polícia Militar estaria apenas
"disciplinando" os presos para
controlar a rebelião, sem praticar
agressões.
"A Polícia Militar, de maneira
alguma, cometeu qualquer arbitrariedade", disse a secretária
Sandra Dond.
Os policiais deverão permanecer dentro do prédio do presídio
até que todas as celas sejam reconstruídas.
(KF)
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